“XP dos seguros” já vale R$ 250 milhões. E family office dos fundadores da SulAmérica embarca na tese

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No segundo semestre de 2024, os empresários Christian Wellisch e Jesse Teixeira criaram a Maldivas Holdings com o objetivo de fazer o spin-off da Partners, unidade de negócios da Globus, uma corretora de seguros que se autodefine como a “XP dos seguros” por distribuir seguros por meio de escritórios de assessores financeiros, os antigos agentes autônomos.

Agora, a Maldivas Holdings está recebendo um aporte de R$ 15 milhões da Enseada, family office da família fundadora da SulAmérica. Na operação, a holding foi avaliada em R$ 250 milhões nessa nova rodada, um salto em relação aos R$ 100 milhões estabelecidos no ano passado, na operação que marcou a entrada da NVA Capital, gestora fundada pelos ex-XP Marcelo Maisonnave, Pedro Engler e Eduardo Glitz, e de Victor Knewitz, fundador da Zenvia, no cap table da Globus.

“A empresa está num bom momento, gera caixa e teoricamente não precisaria passar por uma rodada”, diz Christian Wellisch, CEO da Maldivas, ao NeoFeed. “Mas a gente acha que o Enseada pode nos ajudar a continuar transformando a empresa, por conta da história da SulAmérica no mercado de seguros do País.”

Boa parte dos recursos aportados pelo Enseada vão para a Partners, que estabelece a estrutura necessária para que escritórios de assessores de investimentos, de advocacia ou de contabilidade possam ter suas próprias corretoras de seguros. Em troca, ela fica com uma participação de 30% a 40% desses empreendimentos.

A Maldivas conta atualmente com 17 estruturas nesse modelo, com planos de alcançar até 28 sócios ao longo deste fim do ano. Há potencial para até 70 até 2029, no melhor dos cenários, segundo Wellisch. Os recursos do Enseada ajudarão a fortalecer a parte de backoffice para essas corretoras, especialmente a parte comercial.

Junto com o aporte, o Enseada indicou Louis de Segur de Charbonnieres, presidente do seu conselho, para integrar o conselho consultivo da Maldivas. “A chegada do Louis traz um nível maior de governança e ele tem um olhar global, considerando as outras investidas do Enseada, os investimentos em outros setores de seguros”, diz Wellisch.

No ano passado, a Maldivas registrou R$ 29 milhões em receita com a Globus e outros R$ 18 mi com a Partners, mas a expectativa é de que essa relação se inverta. Do total projetado para a receita em 2029, a Partners deve responder por R$ 480 milhões, com a Globus com R$ 70 milhões

“Se tivermos 50 partners, e cada um deles fizer R$ 5 milhões de receita, o que é plausível, são R$ 250 milhões. Se cada um fizer R$ 10 milhões, são R$ 500 milhões”, diz Wellisch. “Nossa escala está no canal Partners.”

Com o spinoff da Partners, a Globus passou a concentrar o canal B2C, que é o mercado tradicional de seguros, com a empresa indo atrás de clientes, e o B2B, canal de distribuição de produtos baseado em escritórios de assessores financeiros, que não precisam estruturar suas próprias corretoras. A empresa conta atualmente com mais de 300 escritórios dos ex-agentes autônomos ligados aos canal B2B.

O aporte do Enseada também servirá para o desenvolvimento de novas plataformas tecnológicas, com a incorporação da inteligência artificial (IA) nos processos de contratação de seguros e consórcio, tecnologia que será disponibilizada para as corretoras criadas pelo Partners.

A empresa lançou a Bella, agente de IA especializada na contratação de seguros saúde, e pretende disponibilizar novas assistentes virtuais, como a Clara, que dará suporte e orientação para consórcios, e a Luiza, que ficará responsável pelo atendimento especializado em seguro automotivo.

Wellisch destaca que a Maldivas não tem interesse em realizar aquisições. “Não precisamos comprar ninguém. O que queremos é melhorar a qualidade dos nossos serviços para os nossos parceiros”, diz o fundador da Maldivas.

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Neofeed

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