Grupo de estudos em Direito e Literatura abre inscrições para o semestre

O projeto de extensão Literar, grupo de estudos em Direito e Literatura, coordenado pela professora Luana Renostro Heinen do Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Santa Catarina (CCJ/UFSC), está com inscrições abertas para sua 12° edição, com tema Democracia em Declínio: A História (Re)imaginada. Com encontros previstos entre março e maio, o grupo realizará suas atividades na Biblioteca do CCJ/UFSC.

Para participar, é necessário realizar a inscrição pelo formulário on-line.

Criado em 2019, pelo anseio dos alunos do curso de Direito da UFSC em questionar o formalismo e tecnicismo que prevalecem no ambiente jurídico por meio da arte, o Literar tem como propósito ser um espaço interdisciplinar de troca, no qual estudantes e interessados construam, através de dilemas humanos, em especial políticos, éticos e jurídicos, um pensamento crítico em relação ao nosso sistema normativo, a partir da arte da leitura, interpretação e escrita literária.

O projeto também objetiva realizar atividades de ensino, pesquisa e extensão, a fim de compreender as múltiplas abordagens entre o Direito e a Literatura, por meio das diferentes linhas de investigação que os ligam. No intuito de concretizar a formação do pensamento crítico, a iniciativa busca captar as impressões crítico-artísticas de seus participantes, imprimindo-as em diferentes modalidades de arte.

Nesta edição, serão exploradas narrativas que reimaginam a História, questionando o que poderia ter ocorrido se alguns acontecimentos históricos fossem diferentes, promovendo reflexões sobre os impactos dessas versões alternativas no nosso entendimento sobre democracia, autoritarismo e conjuntura internacional. As obras escolhidas apresentam cenários que não apenas reimaginam o passado, mas nos direcionam ao presente e futuro, mediante análise das narrativas em curso, sejam elas reais ou imaginárias, como a manipulação da informação, e o papel do Direito Internacional diante do surgimento de regimes autoritários.

Ao final das leituras, os participantes serão convidados a elaborar reflexões críticas ao final sobre os temas estudados, incentivando uma análise coletiva sobre a influência da literatura na construção da memória histórica, as implicações jurídicas e os discursos políticos contemporâneos. Além dos encontros de leitura e debate, esta edição também receberá um especialista em Direito Internacional que discutirá os temas abordados nas obras.

Mais informações na página do Literar.

Obras trabalhadas

O Homem do Castelo Alto – Philip K. Dick (1962)
E se os nazistas e o Japão tivessem vencido a Segunda Guerra Mundial? Nesta aclamada obra de história alternativa, os EUA são divididos entre os dois regimes totalitários: a Costa Oeste fica sob domínio japonês, enquanto a Costa Leste é controlada pelo Terceiro Reich. Em meio a esse mundo distorcido, acompanhamos personagens tentando sobreviver sob a opressão, incluindo um antiquário que vende relíquias americanas para colecionadores japoneses e um oficial que começa a questionar a ordem vigente. No centro dessa realidade está um misterioso livro proibido chamado A Gafanhoto Torna-se Pesado, que descreve um universo onde os Aliados venceram a guerra — fazendo seus leitores duvidarem da própria realidade. A obra levanta discussões sobre propaganda, dominação cultural e o impacto das narrativas na percepção histórica.

Complô Contra a América – Philip Roth (2004)
Neste romance de história alternativa, Philip Roth imagina um cenário onde Charles Lindbergh — famoso aviador e simpatizante do nazismo — derrota Franklin D. Roosevelt nas eleições presidenciais de 1940 e firma um pacto de não agressão com Hitler. Sob sua administração, os Estados Unidos adotam políticas autoritárias e antissemitas, e a população judia americana passa a viver sob uma crescente onda de perseguições. A história é narrada pelo próprio Philip Roth, em uma versão fictícia de sua infância, explorando o impacto dessas mudanças na vida de sua família e da comunidade judaica. A obra discute os perigos do populismo extremista, a fragilidade da democracia e como narrativas distorcidas podem moldar percepções políticas.

Calendário

1º Encontro (O Homem do Castelo Alto) – 25/03, 17h;
2º Encontro (Complô Contra a América) – 29/04, 17h;
3º Encontro (Com grupo de pesquisa sobre Direito Internacional) – 13/05, 17h;
4º Encontro (Apresentação dos participantes e reflexões finais) – 27/05, 17h.

Local: Biblioteca do CCJ – UFSC.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.