Coletiva reúne artistas para celebrar o feminino

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Sete artistas plásticas vinculadas, em alguma medida, à Paraíba. As similitudes, aparentemente, encerram-se aqui. O grupo selecionado para a exposição Feminino Plural, que será aberta hoje na galeria do Restaurante Canoa dos Camarões (Manaíra, João Pessoa), se vale, justamente, da multiplicidade de vivências e de técnicas para dar vazão aos seus trabalhos. Depois da abertura — a partir das 20h —, as obras permanecem disponíveis para visitação até 15 de abril, no horário de funcionamento do estabelecimento: todos os dias, das 11 às 23h.

Participam de Feminino Plural Danielle Freitas, Dayanna Fernandes, Giselle Ferreira, Mônica Lia, Odegine Graça, Rogéria Gaudêncio e Socorro Sobreira. Além de exibir as telas, o restaurante comercializará cards que reproduzem 10 quadros em tamanho reduzido: individualmente, eles serão vendidos a R$ 25; o catálogo completo, por R$ 250. Esse material inclui, no verso, um poema inédito da escritora Francisca Vânia Rocha. Os originais também poderão ser adquiridos, com preço definido por cada artista plástica, por meio de negociação direta com elas.

A curadoria das obras ficou a cargo de Antônio Cláudio Massa, vinculado ao projeto cultural do estabelecimento. Foram selecionadas até quatro telas de cada expositora — elas já participaram de outras mostras culturais na galeria do Canoa dos Camarões. Da pessoense Dayanna Fernandes, por exemplo, veio o quadro “Florescer”, em aquarela. “Eu, enquanto mulher, acredito que sempre estamos querendo uma forma de nos expressar e de sermos ouvidas. A arte é nossa aliada e tem um papel imprescindível nesse aspecto: podemos colocar no papel ou na tela experiências que, às vezes, até com palavras não seria possível de definir”, declara.

Danielle Freitas, natural de Campina Grande, reservou três obras para o Feminino Plural, todas em aquarela. Segundo a artista, sua intenção com esses e outros quadros é traçar uma representação menos óbvia do indivíduo feminino, a partir da intersecção entre o simbólico e o material.

“Na minha visão, a mulher não é apenas um corpo estático, mas uma entidade que carrega memórias, emoções e estados de espírito. As linhas e cores revelam não só a forma, mas também a sensação de pertencimento ou deslocamento, a tensão entre liberdade e aprisionamento, a fusão entre identidade e natureza”, define.

Odegine Graça, nascida em Curitiba e radicada em João Pessoa, retomou o trabalho nas artes plásticas depois de um hiato que durou seis anos. Ela trabalha com técnicas mistas de pintura e colagem. A pintora alega que ainda há preconceito contra a incursão da mulher nesse segmento.

“Existe certa subjugação em prol dos homens, como em toda a área, né? O mercado é bastante machista ainda, infelizmente. Há um século, as mulheres pintavam, mas precisavam do nome de um homem para assinar e poderem vender. Essas barreiras são menores hoje em dia, mas ainda prevalecem”, lamenta.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 19 de março de 2025.

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A União

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