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Em meio ao crescimento da fila de espera no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que já ultrapassa 1,6 milhão de pedidos em análise, o governo federal anunciou nesta quinta-feira (22) uma nova frente de atendimento voltada a aposentados e pensionistas vítimas de descontos não autorizados em seus benefícios. A iniciativa, que será executada por meio de agências dos Correios, é mais uma tentativa de conter a insatisfação crescente com a gestão previdenciária — que, sob o governo Lula (PT), acumula promessas de eficiência e resultados pífios.
A partir do dia 30 de maio, mais de 4.700 agências dos Correios, distribuídas em 76% das cidades brasileiras, passarão a receber segurados que desejem consultar irregularidades em seus benefícios e registrar contestação. Cerca de 20 mil funcionários da estatal passarão por um treinamento emergencial para operar o sistema de verificação de descontos.
A medida surge em meio ao agravamento da crise no INSS, que vem enfrentando atrasos crônicos na análise de aposentadorias, pensões e auxílios. Em um ano de governo, a fila de espera cresceu, contrariando o discurso da campanha petista, que prometia valorização do funcionalismo e digitalização eficaz dos serviços. Em vez disso, o que se vê é uma máquina emperrada, onde segurados esperam meses — ou até anos — por respostas administrativas.
Embora o novo serviço represente uma tentativa de resposta a fraudes cada vez mais frequentes em consignados e associações, a terceirização do atendimento às agências dos Correios evidencia a sobrecarga e o esgotamento da estrutura do INSS. O presidente do instituto, Gilberto Waller Júnior, afirmou que o atendimento será “preferencialmente” feito pelos canais digitais, como o aplicativo Meu INSS e a central telefônica 135. Para os que não conseguem acesso digital, a opção é ir até os Correios com documento em mãos ou enviar um representante legal.
O governo tenta passar a imagem de que está ampliando o acesso. Mas, na prática, o que se observa é a dificuldade de lidar com a base da pirâmide previdenciária: idosos sem acesso digital, vítimas de fraudes, e agora encaminhados a uma estrutura paralela de atendimento — tudo isso enquanto o próprio INSS acumula atrasos, denúncias e decisões judiciais, como a que recentemente obrigou o órgão a indenizar uma segurada por permitir desconto fraudulento em sua aposentadoria.
No discurso, o governo Lula defende um Estado forte e presente. Na prática, o que se vê é uma fila crescente, um serviço digital que não alcança quem mais precisa, e um instituto terceirizando sua função pública. A política previdenciária do governo, ao que tudo indica, segue no modo “protocolo de emergência”: improvisando soluções enquanto a fila cresce e a confiança desmorona.

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Fonte : Hora Brasilia