Jailson Galvão, Diretor-presidente da PBGás

Siga @radiopiranhas

Foto: Leonardo Ariel

A Companhia Paraibana de Gás (PBGás) vive um momento de expansão estratégica e consolidação de sua presença nas regiões mais dinâmicas da Paraíba. Sob a liderança do diretor-presidente Jailson Galvão, a empresa tem atuado em sintonia com os projetos estruturantes do Governo do Estado, ampliando sua infraestrutura e fortalecendo a base energética para o crescimento sustentável do estado.

Um dos marcos mais recentes dessa expansão é a conclusão do gasoduto de Cabedelo, que permitiu o fornecimento de gás natural canalizado ao Porto de Cabedelo e ao Moinho Dias Branco — uma conquista considerada histórica pela companhia. Outro eixo estratégico destacado é o avanço das obras no Polo Turístico Cabo Branco, na capital, que deverá receber, até o fim de 2025, cerca de 9 km de rede de gás, com um investimento previsto de R$ 8 milhões. A meta é atender hotéis, resorts e empreendimentos imobiliários, garantindo mais eficiência e sustentabilidade à nova fronteira do turismo paraibano.

Em entrevista ao Jornal A União, Jailson Galvão detalha os resultados dessa atuação integrada com o Governo do Estado, os investimentos em curso e os desafios de levar gás natural canalizado a um número crescente de paraibanos, com foco no desenvolvimento econômico e na transição energética. Confira, na íntegra:

A entrevista

O primeiro ponto é o gasoduto de Cabedelo, que já foi inaugurado. Como está a situação atualmente?

De fato, finalmente conseguimos chegar ao Porto de Cabedelo, o que era uma meta antiga da companhia. Já atuávamos no início de Intermares, mas o grande objetivo era alcançar o porto e, ainda, atender o Moinho Dias Branco, um cliente para quem, há muitos anos, buscávamos fornecer o gás canalizado. Eles utilizavam o GLP [Gás Liquefeito de Petróleo, popularmente conhecido como gás de cozinha ou gás de botijão] e, finalmente, reconheceram as vantagens dos atributos do gás natural canalizado; assinaram um contrato conosco e foi a âncora para chegarmos com o gasoduto. O gasoduto segue pela orla de Intermares, alcançando todas aquelas praias, de Camboinha, Areia Dourada, Praia Formosa e outras localidades, e segue atendendo não apenas à indústria, mas também ao varejo — comércios, condomínios horizontais e verticais. Para nós, foi uma grande meta alcançada, chegar lá no final, no porto de Cabedelo. Já estamos, também, fornecendo gás natural canalizado para o restaurante do novo porto de Cabedelo, inaugurado no dia 5 deste mês. Isso reflete a sinergia. Quando nós chegamos com a infraestrutura do gasoduto, essas oportunidades vão acontecendo.

Como se deu essa chegada até o Moinho Dias Branco? Já é possível identificar benefícios econômicos com essa nova estrutura?

Foi um processo por etapas. Iniciamos o gasoduto ainda em 2023 e, após a primeira fase, conseguimos avançar até o ponto final, no porto, onde está localizado o Moinho Dias Branco, uma fábrica importante de alimentos e do grupo Dias Branco. Eles assinaram contrato conosco e, com isso, tornaram-se a âncora para viabilizar o fornecimento àquela região. É um cliente significativo no recolhimento de impostos e na geração de emprego também, que agrega um volume importante para a PBGás. A transição para o gás natural canalizado traz ganhos econômicos, operacionais e ambientais, e isso impacta diretamente na competitividade da empresa. O Moinho Dias Branco pode chegar a ter uma economia de mais de R$ 1 milhão por ano com o uso do gás natural. Além disso, o gás natural canalizado é mais seguro, não exige estocagem e seu fornecimento é contínuo, de acordo com o consumo. Do ponto de vista ambiental, ele também é superior, com menor emissão de resíduos e alinhado às diretrizes da transição energética e [de] uma sociedade de baixo carbono, com menos emissões de gases do efeito estufa.

Quantas unidades já estão sendo beneficiadas com o gasoduto em Cabedelo?

Já temos mais de 500 unidades residenciais conectadas, além de 10 comércios já ligados. O trabalho de captação de novos usuários está em andamento e temos um universo de mais de 700 prédios no município que podem ser beneficiados. À medida que o gasoduto é instalado e passa pelas portas dos imóveis, há um interesse natural e crescente da população em aderir ao gás natural. E, eventualmente, até postos de abastecimento veicular também poderão utilizar o gás natural canalizado. É uma solução moderna, segura e mais vantajosa financeiramente. Os empreendedores entendem rapidamente esses benefícios e têm aderido cada vez mais, já que proporcionam um fluxo de caixa mais eficiente, além de reduzirem riscos operacionais e contribuirem com a sustentabilidade. Por outro lado, o consumo em rzesidências também gera uma economia significativa, além de mais segurança e pagamento só após o consumo.

A empresa tem crescido bastante nos últimos anos. Como estão as metas para 2025?

A evolução tem sido muito significativa. Em 2019, no início do governo João Azevêdo, a PBGás atendia cerca de 18 mil usuários. Hoje, chegamos a 34 mil clientes e devemos ultrapassar os 36 mil até o fim de 2025, dobrando o número de usuários em oito anos. Isso demonstra o compromisso da empresa em ampliar o acesso ao gás natural e consolidar sua presença em todas as regiões estratégicas do estado. A presença da infraestrutura desperta o interesse natural da população.

A ampliação da participação acionária do Estado também contribuiu com esse resultado?

Sem sombra de dúvidas. Quando a Gaspetro decidiu vender suas ações, em 2021, o Governo do Estado já sinalizou o interesse em exercer o direito de preferência na compra, que foi formalizada em 2022. Com isso, o Governo do Estado passou a ter uma maior participação no quadro diretivo, nos conselhos de administração fiscal e no Comitê de Auditoria da PBGás, ficando com 75,5% das ações ordinárias da companhia — um sinal claro de que enxerga a empresa como estratégica para o desenvolvimento da Paraíba.

E qual a importância dessa parceria entre o Governo do Estado e a PBGás nesse processo?

Essa parceria é fundamental. A PBGás tem atuado em total sintonia com o planejamento estratégico do Governo do Estado. Quando o Estado decidiu modernizar o Porto de Cabedelo, a PBGás esteve presente. Também estamos no Polo Turístico Cabo Branco e seguimos expandindo nossa infraestrutura com responsabilidade, visão de futuro e compromisso com o desenvolvimento sustentável da Paraíba. Essa sintonia com o Estado é fundamental para atrair investimentos e gerar novas oportunidades para a população.

Por falar em Polo Turístico do Cabo Branco, como está o avanço do projeto por lá?

Esse é outro eixo estratégico muito importante para o estado, agora no Litoral Sul. A meta é chegar com o gasoduto ao Polo ainda este ano. Vamos partir do Mangabeira Shopping, que já é nosso cliente, e avançar em direção ao Seixas e ao Polo Turístico Cabo Branco. Já há nove hotéis e resorts com protocolos assinados com o Governo do Estado, e a nossa rede de gás vai acompanhar esse crescimento. Estamos finalizando a primeira fase, que chega até os primeiros condomínios no Portal do Sol, e a segunda fase levará o gás até o Boulevard do Polo, de onde faremos as derivações para os hotéis. É uma infraestrutura que ficará como legado, impulsionando também os condomínios e outros empreendimentos na região sul da capital.

Há um volume de investimento estimado para essa obra no Polo?

O investimento previsto para 2025 é de cerca de R$ 8 milhões na ampliação da rede de gasodutos que vai abastecer o Polo. Serão construídos mais cerca de 9 km de gasoduto, com o objetivo de garantir o fornecimento aos empreendimentos hoteleiros e também aos condomínios da região. É uma malha planejada para acompanhar o crescimento da região. Como o gás natural traz mais eficiência, segurança e sustentabilidade, ele é o combustível ideal para empreendimentos turísticos modernos.

Há incentivos comerciais para atrair novos usuários, especialmente bares e restaurantes?

Sem dúvida. Realizamos a conversão dos equipamentos que utilizam GLP para gás natural e, em alguns casos, financiamos a rede interna do cliente. Isso elimina o custo inicial de adaptação e facilita muito a adesão ao gás canalizado. Além de não precisar manter estoque ou investir em cilindros, o cliente paga apenas o que consome, após o uso. Com isso, o comerciante não precisa comprar antecipadamente o combustível, pois só paga após o consumo, o que é um grande atrativo, principalmente para quem já opera com margens apertadas.

Quais os principais desafios enfrentados nesse processo de ampliação?

Como toda expansão de infraestrutura, há desafios operacionais e econômicos. No segmento industrial, por exemplo, houve uma redução temporária no consumo, com o recuo da antiga Elizabeth, hoje controlada pelo grupo Mohawk Industries, focado no setor de revestimentos. Mas já vemos sinais de retomada no segundo semestre, com reativação de equipamentos e aumento do consumo. Por outro lado, o varejo é um segmento em plena expansão e bastante promissor, especialmente com o crescimento da construção civil. O crescimento e fortalecimento dos polos gastronômicos em João Pessoa e Campina Grande também são oportunidades reais.

Por fim, como resume a atuação da PBGás?

O mais importante é que estamos construindo um legado de infraestrutura que impulsiona o desenvolvimento regional. Cada metro de gasoduto instalado representa mais competitividade, mais segurança energética e mais sustentabilidade. E isso só é possível graças à articulação com os projetos estruturantes do Estado e à visão estratégica da PBGás. Estamos falando de desenvolvimento real, com benefícios diretos para a população e para os setores produtivos da Paraíba.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 18 de maio de 2025.

source
Fonte

A União

Adicionar aos favoritos o Link permanente.