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Segundo o portal Metrópoles, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) firmou um contrato de R$ 328 milhões com a Esplanada Serviços Terceirizados LTDA, empresa que é alvo de investigação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) por suspeita de fraudes em processos licitatórios no âmbito do governo federal.
A contratação prevê a terceirização de 1.216 funcionários para atender 12 ministérios, em um dos maiores certames do setor nos últimos anos. O contrato, inicialmente de três anos, pode ser prorrogado por até dez anos, ampliando ainda mais a relevância financeira da operação.
Apesar da investigação em curso, o MGI defendeu a contratação, afirmando, por meio de nota oficial, que não existem sanções administrativas ou impedimentos legais que barrassem a participação da Esplanada Serviços no processo. “A Administração adotou todas as cautelas necessárias previamente à homologação”, destacou o ministério, sob comando da ministra Esther Dweck, garantindo que a documentação da empresa foi “rigorosamente analisada” de acordo com o edital e a legislação vigente.
No entanto, o histórico da empresa e suas conexões chamam a atenção. A Esplanada foi alvo de mandados de busca e apreensão em fevereiro deste ano durante a Operação Dissímulo, que apura a existência de um esquema de simulação de concorrência e manipulação de licitações públicas. No mesmo inquérito, aparecem a R7 Facilities — empresa já investigada por estar em nome de laranja e ligada ao ex-deputado distrital Carlos Tabanez — e outros grupos do setor de terceirização.
Dois fatores reforçam as suspeitas de que a Esplanada integre o mesmo grupo que fraudava licitações: a entrega de panetones caracterizados com o busto de Tabanez aos funcionários da empresa e o fato de não ter apresentado recurso contra a concorrente R7 Facilities, mesmo após a sua inabilitação no certame do MGI.
Questionado sobre as conexões, André Luis Silva de Oliveira, proprietário da Esplanada, negou qualquer relação comercial com Tabanez. Entretanto, durante entrevista, admitiu ter distribuído os panetones do ex-deputado sob o pretexto de que havia recebido o material como doação em meio a uma campanha política.
“Eu ganhei os panetones. Era na época de campanha política dele. Ele queria divulgar [o nome dele] e doou panetones para várias empresas”, afirmou André Luis. Sobre a operação da PF, o empresário alegou inocência, destacando que os agentes apreenderam apenas celulares e o computador da empresa, e que “não tem nada a esconder”.
Mesmo diante do contexto investigativo, o MGI homologou o contrato no dia 17 de março e seguiu com a assinatura do acordo, afirmando que apenas processos com penalidades vigentes poderiam impedir a habilitação, conforme a nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021).
A decisão expõe a fragilidade dos filtros de integridade nas contratações públicas, especialmente em licitações de grande porte. A ausência de sanções formais não elimina riscos reputacionais e operacionais para o governo federal.
O MGI assegura que acompanhará a execução do contrato em articulação com os órgãos de controle, visando garantir a eficiência e a regularidade da prestação dos serviços.

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Fonte : Hora Brasilia