C6 Bank entrega o primeiro lucro anual da sua história

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Após divulgar alguns spoilers a partir do fim de 2023, o C6 Bank entregou o primeiro lucro anual da sua trajetória, iniciada em agosto de 2019.

O banco digital fechou o ano passado com um lucro líquido de R$ 2,3 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 1,27 bilhão apurado em 2023. A cifra representou ainda um crescimento de 34% sobre o ganho de R$ 969 milhões reportado no primeiro semestre de 2024.

No caminho para os lucros semestral e anual, o C6 já tinha tingido seu balanço de azul em duas oportunidades. Primeiro, mensalmente, em dezembro de 2023. Depois, no balanço do primeiro trimestre de 2024.

“No fim de 2023, tínhamos muita confiança no nosso modelo, mas os números ainda não demonstravam isso. Então, queríamos contar um filme, não só uma fotografia”, diz Marcelo Kalim, cofundador e CEO do C6 Bank, ao NeoFeed. “E tem sido, talvez, uma história repetitiva, mas bastante consistente.”

Em um contraponto ao seu estilo mais reservado, Kalim foi o responsável por divulgar esse script nesse intervalo. Ele nega, porém, que esse capítulo mais recente carregue qualquer argumento ou recado direcionado ao mercado.

“Os números mostram muito pouco a idiossincrasia do nosso negócio, mas reforçam o potencial do nosso modelo, que era bastante opaco para quem não está aqui dentro”, diz. “Estamos conseguindo crescer a receita de forma bastante efetiva, mantendo custos estáveis e uma estrutura muito eficiente.”

Em outros números que embalam esse discurso, o C6 registrou uma receita líquida de R$ 8 bilhões, o que representou um salto anual de 45%. Já o índice de eficiência – que mede o custo de um banco para gerar receita – ficou em 57%, uma melhora de 25 pontos percentuais.

Com um retorno sobre o patrimônio (ROE) de 60% e uma base de 35 milhões de clientes, o banco reduziu suas despesas operacionais em 3% no ano, para R$ 3 bilhões. Enquanto o volume de captações avançou 71% no período, para R$ 79 bilhões.

Na área de crédito, o C6 Bank fechou o ano com uma carteira expandida de R$ 60 bilhões, alta anual de 30%. As provisões para devedores duvidosos (PDD), por sua vez, caíram 21%, para R$ 1,9 bilhão, e o índice de inadimplência de 90 dias ou mais ficou em 2,6%, contra 3,4% um ano antes.

Com esses indicadores como ponto de partida, Kalim destaca que, sob o ponto de vista do cenário macroeconômico, não espera nada de muito positivo em 2025, mas também, nenhuma “grande deterioração” nos próximos dois anos.

“Honestamente, isso muda muito pouco pra gente”, diz. “Em 2025, não vejo grandes ajustes em nenhuma linha. Só quero mais do mesmo. Estamos com uma boa tração em todos os negócios, crescendo o número de clientes e mantendo a rentabilidade.”

Nesse sentido, ele pontua, por exemplo, que a carteira de crédito engatou um ritmo mais acelerado de crescimento no segundo semestre de 2024, o que se mantém nesse início de ano. E acrescenta que, nesse ano, o plano é ampliar o percentual dos empréstimos colateralizados (com garantia) nessa base.

Para se ter uma dimensão, em 2024, os créditos com garantia responderam por 77,5% dos empréstimos concedidos pelo C6. O destaque ficou com o crédito consignado e o financiamento de veículos, com fatias, respectivamente, de 46% e 25% da carteira expandida do banco no período.

Parcerias em baixa

Quem “perdeu crédito”, porém, com o banco são as parcerias para acelerar a atração de clientes, uma estratégia que o C6 Bank construiu em seus primeiros anos. Um dos principais acordos nesses moldes, firmado com a TIM, foi encerrado há duas semanas, após envolver quatro processos arbitrais.

A parceria havia sido estabelecida em 2020 e envolvia a oferta de um bônus em pacote de dados para todos os clientes da operadora que abrissem conta no C6. Em troca, a TIM tinha direito de subscrever ações do banco digital.

Já o acordo que colocou um ponto final na parceria e nos imbróglios judiciais prevê a transferência da totalidade das ações detidas pela TIM no C6, bem como todos os bônus de subscrição em circulação, no valor de R$ 520 milhões.

“O intuito de todas as parcerias, não só a feita com a TIM, era trazer clientes. E vimos que essa estratégia não deu certo. Nenhuma delas foi muito efetiva”, diz Kalim. “Então, com certeza, não faremos mais parcerias nesses moldes.”

Sobre o acordo com a TIM, ele recorre a máxima popular de que é “melhor ter um fim horroroso do que um horror sem fim”. “Quando você está em uma briga judicial é muito melhor encerrar do que perder o seu tempo com pendências arbitrais cujos resultados, no fim, pouco vão importar”, conclui.

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Neofeed

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