Como a taxa de juros nos EUA afeta o dólar? Entenda o impacto na economia nacional

Maior potência econômica mundial da atualidade, os Estados Unidos da América possuem grande influência no mercado internacional. Não à toa que as decisões financeiras tomadas pelo país alteram as dinâmicas da economia e investimentos, o como o impacto da taxa de juros dos EUA no dólar.

Símbolo do FED, banco central dos estados unidos, na cor dourada, na frente de um fundo preto

O FED (Federal Reseve) é o principal órgão financeiro dos EUA  – Foto: Shutterstock/ND

Um exemplo claro disso foi o que ocorreu em setembro de 2024, quando o FED (Federal Reserve) fizeram o primeiro corte brusco da taxa de juros em quatro anos, para conter a onda de desempregos que afeta o país.

Como consequência da baixa de juros norte-americana, países com a economia emergente, como o Brasil, passam a ser mais visados por investidores estrangeiros, em busca de retornos financeiros mais efetivos.

Qual o impacto das taxas de juros dos EUA no dólar?

Tendo em vista que o dólar é a principal moeda de reserva do mundo, quaisquer mudanças nos modelos de taxação nos Estados Unidos provocam flutuações na taxa de câmbio globalmente.

Isso não é diferente no Brasil, já que o aumento das taxas tornam a moeda mais forte e interessante para transações comerciais, mas também afetam os custos de importação e exportação.

Em contrapartida, a baixa das taxas de juros nos EUA provoca uma mudança de interesse dos investidores para países com a economia emergente, caso do Brasil.

Com relação ao dólar, a lógica é a mesma. Uma economia sólida, com taxas de juros internacionais altas, faz a procura por ações nas ações norte-americanas disparar e por consequência, o valor do dólar no Brasil subir.  

Nota de dólar com seta verde indicando crescimento

O valor do dólar irá oscilar conforme as taxas de juros propostas pelo FED – Foto: Deny Campos/Arte/ND

Já quando o FED reduz as taxas de juros, os investimentos nos EUA ficam menos rentáveis, incentivando investidores a buscar outros mercados, onde os juros costumam ser mais altos.

Isso faz com que mais dólares entrem no Brasil, aumentando a oferta da moeda e, consequentemente, reduzindo seu valor em relação ao real.

Como decisões do FED influenciam o mercado cambial

Equivalente ao Banco Central, o FED tem um papel crucial na economia global, com suas decisões impactando diretamente o valor do dólar em relação a outras moedas, como o real brasileiro.

As oscilações causadas pela alta ou diminuição das tarifas estadunidenses influenciam diretamente a política econômica nacional.

Quando está mais alto, o dólar encarece importações, aumentando o custo de produtos e pressionando a inflação. Além disso, empresas com dívidas em dólar sofrem com o aumento dos custos financeiros.

Já um dólar mais barato reduz os custos de importação e contribui para o controle da inflação, permitindo ao Banco Central do Brasil flexibilizar sua política monetária.

Moedas de diversos valores de real espalhadas

As mudanças da taxa de juros estadunidense também impactam nos impostos brasileiros – Foto: Freepik/ND

Há também uma transferência dos tipos de investimentos, que podem sair da renda fixa nacional e ir para a dos Estados Unidos e vice-versa.

Se o aumento das taxas do FED causam uma crescente nos preços dos produtos importados, uma diminuição dos impostos por lá também podem abrir espaço para um corte de tarifas do Banco Central, impulsionando a economia do real.

Quando os juros caem no Brasil, há uma redução dos custos de captação para as empresas, tornando mais atraente a movimentação em setores produtivos da economia.

Reflexos diretos da política monetária dos EUA no Brasil

As decisões do Federal Reserve sobre a política monetária dos Estados Unidos impactam diretamente a economia brasileira, especialmente em áreas como câmbio, inflação, investimentos e crescimento econômico.

O principal movimento é a flutuação da moeda local, deixando o real mais desvalorizado quando é uma alta das tarifas nos EUA e mais forte quando as taxas são reduzidas.

Com a alta do dólar, os produtos importados e insumos que dependem da moeda americana ficam mais caros, pressionando a inflação.

Isso afeta diretamente setores que dependem de importação, como combustíveis, tecnologia e alimentos.

Como estratégia para reter investidores no caso de aumento da taxa de juros do gigante da economia, o Banco Central do Brasil é forçado a elevar a taxa Selic.

Isso ocasiona o encarecimento do crédito e a redução dos consumos e investimentos.

Por fim, os juros elevados nos EUA desaceleram o crescimento global, reduzindo a demanda por commodities, essenciais para a economia brasileira.

Setores como agronegócio e mineração podem ser afetados com a queda dos preços das commodities.

Em contrapartida, uma política monetária mais branda nos EUA estimula o crescimento global, beneficiando exportações brasileiras e incentivando o desenvolvimento econômico interno.

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