Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência: morador de Balneário Camboriú com paralisia cerebral descobriu na arte uma paixão

Para lembrar o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, neste sábado (21), a Casa da Família, em Balneário Camboriú, está realizando a exposição de Enzo Batista Ivankio, de 10 anos.

Ele nasceu prematuro e teve complicações devido a hipóxia neonatal, que resultou em paralisia cerebral. Aos 6 anos, durante a pandemia, descobriu uma nova paixão: a pintura, e agora apresenta sua primeira exposição, que pode ser conferida de segunda à sexta, das 7h às 22h, até a próxima semana.

Em meio a um simples passatempo, Enzo começou a criar quadros utilizando apenas tinta guache. Desde então, a arte se tornou uma forma de expressão fundamental para ele. As cores escolhidas em suas obras refletem suas emoções e experiências, fazendo de cada pintura uma representação única de seu mundo interior. Enzo continua a pintar sempre que se sente inspirado, transformando desafios em beleza através da sua criatividade.

A primeira tela de Enzo (Divulgação/Arquivo Pessoal)

A mãe dele, Cibele, conta que o filho não gosta de sujeira, de ter a mão suja, mas com a pintura ele se permitiu. 

“Foi um grande avanço para ele. A gente notou que ele começou a não se importar com a mão suja. Ele faz todas as cores que ele usa nas telas. São aquelas seis cores principais da tinta guache e  aí ele vai misturando no prato, vai passando pincel e vai formando outras tonalidades. Ele também não pinta por nada, não adianta a gente insistir, ele só pinta. O dia que ele quer, ele pede. Ele é não verbal, mas a comunicação dele, a gente consegue entender tudo”, salienta.

Ela acrescenta que mesmo com dificuldade motora, Enzo consegue pintar e que só o faz quando se sente inspirado – e ele diz quando está. 

“Quando ele foi assistir o filme do Elementos, ele queria pintar os personagens principais, que é a faísca e o gota de água, então ele pediu para pintar de azul e laranja. Ele pediu para dividir a telinha e pintou de cada lado do jeito que ele quis. Ele é bem decidido e determinado nas escolhas e a gente deixa bem livre pra fazer do gosto dele”, comenta.

O menino, que nasceu em Curitiba, mas mora em Balneário há alguns anos, gosta do momento da pintura e geralmente só para quando pinta toda a tela – e não gosta de deixar espaços em branco. 

“Quando ele termina, ele diz que acabou, acabou. Ele não pinta mais, ele não passa nenhuma cor. Ou, senão, ele pede para ir colocando tinta ainda ali no potinho e ele vai continuando a pintar. Ele fica muito feliz na hora que está pintando. Gosta de ver depois as pinturas dele. Ele fica envergonhado também quando alguém elogia ele”, diz.

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