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Nos últimos 45 dias, os gastos do governo Lula (PT) com viagens praticamente dobraram, saltando de R$212,1 milhões em abril para R$423,3 milhões até 15 de maio, segundo dados divulgados pelo Portal da Transparência. Com isso, o total gasto desde a posse, em janeiro de 2023, chegou à marca de R$5,05 bilhões — um valor recorde, que reacende críticas sobre a gestão de recursos públicos e a prioridade dada a deslocamentos presenciais, mesmo em um cenário de ampla digitalização administrativa.
Os números impressionam não apenas pela velocidade do aumento, mas pela composição dos gastos. Diárias para assessores governamentais somaram R$255,3 milhões, enquanto as passagens aéreas custaram quase R$166 milhões nesse período de um mês e meio. E ainda há mais: esses valores não incluem os voos presidenciais e vice-presidenciais realizados por jatos da Força Aérea Brasileira (FAB), tampouco deslocamentos de ministros e outras autoridades, o que aponta para um gasto real ainda mais elevado.
Outro ponto que chama atenção é o montante destinado a viagens internacionais. Somente em 2025, até agora, os cofres públicos já arcaram com R$61,7 milhões para deslocamentos de servidores ao exterior. A cifra, por si só, desperta questionamentos sobre a real necessidade dessas missões, especialmente em um contexto em que plataformas de videoconferência, acesso remoto a documentos e reuniões virtuais eliminam grande parte da dependência de deslocamentos físicos.
Em tempos de aperto orçamentário e demanda crescente por investimentos em saúde, educação e infraestrutura, o ritmo de despesas com viagens soa, para muitos, como dissonante — ou mesmo irresponsável.
Nunca antes na história do país, para usar uma expressão consagrada pelo próprio presidente, o governo federal gastou tanto com viagens como nos dois primeiros anos do atual mandato de Lula. Desde 2023, o total já chega a R$4,63 bilhões, superando largamente períodos anteriores, mesmo aqueles marcados por forte atividade diplomática ou intensa agenda internacional.
O retorno da atualização dos dados no Portal da Transparência, que havia permanecido inativo por meses, torna a escalada desses números ainda mais alarmante. Se antes o problema era a opacidade, agora é a clareza cristalina de um padrão de gastos que levanta sérias dúvidas sobre prioridades e gestão.

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Fonte : Hora Brasilia