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Diariamente, mais de 1.300 agentes de limpeza saem de suas casas para executar serviços de manutenção e conservação na cidade de João Pessoa. As atribuições são as mais diversas, incluindo atividades como a coleta de resíduos sólidos domiciliares, de resíduos diversificados e de resíduos de poda de árvores, além das ações de varrição, capinação, roçagem, pintura de meio-fio e catação na faixa de areia. Neste Dia do Agente de Limpeza (16), a Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur) homenageia o trabalho dos colaboradores.
Os comerciantes do Mercado do Bairro dos Estados já conhecem a rotina de trabalho de Antônio Batista. Ele chega às 7h, varre o local e percorre a extensão do mercado com o lutocar (carrinho de varrição), com sua vassoura e pá. O agente de limpeza está há alguns anos nesse local de trabalho, mas ele já conta com 25 anos de Emlur, o que representa a maior parte de sua vida. Foi na Autarquia que ele conseguiu desenvolver suas habilidades musicais, dentro do grupo Baticumlata.
“Quando eu cheguei na Emlur, eu ainda ia completar 22 anos. Foi meu primeiro e único trabalho até agora. No começo, eu tinha atividades mais cansativas. Eu era da turma de arrastão, fazia a capinação e a roçagem. Naquele tempo, os equipamentos eram mais pesados. Eu usava enxada e carro de mão, e a roçadeira não era esse equipamento de hoje em dia”, conta Antônio.
Segundo o agente de limpeza, o trabalho é gratificante por vários motivos, como o companheirismo entre os agentes e as chefias, e o reconhecimento da população pela importância das atividades de limpeza urbana. “Ser agente de limpeza significa muita coisa para mim. Nós prestamos um serviço importante à população. No dia a dia, além da limpeza, orientamos sobre como descartar os resíduos e a fazer a separação dos materiais”, expressa ele.
Antônio Batista sempre gostou de artes. Ainda criança, cantava no coral da igreja e participava das encenações. Na Emlur, ele encontrou espaço para desenvolver suas habilidades artísticas. Por meio da Divisão de Arte e Cultura (Diac), há nove anos, ele integra o grupo de percussão Baticumlata, que usa materiais reaproveitados como instrumentos musicais e leva a mensagem da sustentabilidade. Ele toca tambor, maracá, agogô.
“Nas apresentações, eu sinto que somos queridos pelas pessoas, tanto as crianças, como os adultos. A gente representa a Emlur e isto é muito significativo para nós. Então, eu agradeço demais por termos esse espaço para fazer arte. A gente trabalha e se diverte”, destaca.
Mudança de vida – Às 5h, Raynere Pereira acorda para preparar seu almoço e iniciar as atividades de limpeza urbana na cidade de João Pessoa. Há dias em que ele trabalha na capinação e em outros, com a roçadeira mecanizada. Aos 23 anos, ele tem uma rotina agitada, dividindo-se entre as atividades de limpeza, o apoio à família e os estudos no curso técnico de segurança do trabalho.
“Gosto muito do meu trabalho. É uma atividade que consigo desempenhar sem estresse e que está me abrindo outras portas. Então, eu agradeço muito todos os dias. Mas eu também busco mudanças. Depois do trabalho, eu tenho aula até 22h. É cansativo, mas a área de segurança do trabalho me despertou interesse porque está ligado à saúde dos trabalhadores”, afirma o agente, que pretende iniciar o curso de tecnólogo em segurança do trabalho ainda este ano.
O horário de trabalho até 15h30 permite com que Raynere possa conciliar os estudos, mas isto exige muito esforço. “Tenho responsabilidades com minha mãe e meu pai, que têm problema de saúde, e também ajudo na dinâmica de levar meu sobrinho a terapias e consultas”, comenta.
Com tantos compromissos, ele só dorme uma média de seis horas por dia. Mas é a família que o motiva a continuar. “É a partir do meu trabalho como agente de limpeza que vou poder mudar de vida. As portas se abriram para este meu primeiro emprego e quero seguir em frente”, diz, esperançoso, Raynere Pereira.
Gratidão – Foi ainda em 1999 que José Edval ingressou na Emlur. Ele começou como agente de limpeza na atividade de roçagem e capinação, e hoje é encarregado das equipes que executam os serviços. O dia de trabalho começa bem cedo, às 5h30. Ele recebe as ordens de localização das atividades e escala a turma para trabalhar, que segue no ônibus da Emlur.
Às 7h30, Edval começa a fiscalizar se as equipes estão no local certo e a produtividade do trabalho. “O dia a dia é essa correria, mas eu gosto, porque é um trabalho digno e muito bom. Tudo o que tenho hoje em minha vida, eu conquistei aqui na Emlur, tendo começado como agente de limpeza. Construí minha família durante este tempo, me casei e tenho duas filhas. Com meu trabalho, sustento minha família”, relata José Edval.
Olhando em retrospecto para sua trajetória, a palavra que lhe vem à mente é gratidão aos colegas de trabalho, aos chefes e à população. “Ser agente de limpeza possibilitou tudo na minha vida. Foi meu primeiro emprego e aqui é onde quero me aposentar. Tenho muito orgulho do meu trabalho porque damos nossa contribuição à sociedade. As pessoas agradecem, falam conosco e elogiam. É importante receber esse reconhecimento porque faça chuva ou sol estamos na lida todo dia. É uma recompensa o reconhecimento da população e fico grato com isso”, expressa.
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