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A rotina de cuidar do outro deu lugar à necessidade de ser cuidada. Técnica de enfermagem há 12 anos, sendo 10 anos de atuação, Lucineide Leite, de 32 anos, acostumada a amparar pacientes em momentos críticos na UTI, viu sua vida mudar drasticamente após ser diagnosticada com leucemia há pouco mais de um mês.
Entre consultas, exames e sessões de quimioterapia, Lucineide enfrentou, além da distância dos seus parentes no sertão paraibano, especialmente, dos filhos Lázaro e Pedro, um dos efeitos colaterais mais dolorosos do tratamento: a mucosite, uma inflamação severa nas mucosas da boca e garganta, que comprometeu sua capacidade de se alimentar.
Há pouco mais de uma semana, na 3ª internação no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), por conta da leucemia, apareceram reações desagradáveis, como aftas, dores e desconforto que provocaram na técnica de enfermidade a impossibilidade de se alimentar, sensação de queimadura e muita dor no esôfago, e a impressão segundo ela, era em razão da baixa imunidade.
Segundo ainda Lucineide, durante a visita multiprofissional no seu próprio leito, foi apresentado o procedimento de laserterapia, por meio de orientações e conversas sobre os benefícios, e o resultado foi mais rápido do que esperava, quando em apenas uma sessão melhorou o desconforto, e a aceitação de alimentos pastosos, pois antes só conseguia engolir líquidos gelados.
“A gente já vem de uma questão de debilitação mental e física com as reações e sequelas do tratamento da quimioterapia, daí quando tira sua alimentação já é mais um e menos um, e você começa a se sentir fragilizada. “Saber que o serviço pode ofertar isso ao paciente, que é um meio de conforto, que é mais um meio de bem-estar, um olhar voltado para o paciente, é algo que melhora consideravelmente o estado geral do paciente, estando na internação”, destacou Lucilene.
Para a técnica de enfermagem, essa ação representa um olhar humano, e o que pode parecer algo simples, significa que o serviço tem um olhar atento, se preocupa, e realiza a visita leito a leito, vendo a individualidade de cada caso. “Aqui, cada paciente é tratado de forma individual, e cada patologia tem um olhar individual e um olhar mais atencioso para aquele paciente em si. Aqui fui bem acolhida e só tenho a agradecer”, frisou.
De acordo com a coordenadora de estágios de odontologia do Uniesp, Cristiane Maia, a mucosite é uma manifestação oral da quimioterapia e radioterapia que provoca ulcerações em várias parte da boca, lábio, gengiva e palato. “O objetivo da laserterapia é amenizar o desconforto, fazer com que o paciente se alimente melhor e com isso, diminua o risco de infecções e as internações por longo período”, lembrou.
Ela informou que 80% dos pacientes oncológicos que se submetem a quimioterapia ou radioterapia desenvolvem mucosite e pode evoluir para infecção, baixa da imunidade pela falta de alimentação e maior risco de infecção e maior permanência hospitalar. “Dependendo do grau de mucosite oral, pode chegar a mucosite geral grave. Nesse estágio, o paciente não consegue se alimentar, não abre a boca e precisa se alimentar por sonda”, explicou.
A laserterapia é um tratamento odontológico desenvolvido pelo Uniesp em parceria com o Hospital São Vicente para os pacientes da oncologia no próprio leito e ainda num consultório montado pelo centro de ensino superior dentro da unidade hospitalar, que também presta assistência aos demais pacientes assistidos pela unidade.
O procedimento utiliza feixes de luz com comprimento de onda específico (geralmente na faixa do infravermelho ou vermelho) para promover efeitos biológicos benéficos nos tecidos, e é usado em diversas áreas da saúde para ajudar na cicatrização de mucosas (como na mucosite oral provocada por quimioterapia), reduzir dor e inflamação, acelerar cicatrização de feridas, estimular regeneração tecidual, dentre outros.
No consultório do HSVP, além da laserterapia, são ofertados outros tipos de tratamento como exame clínico, alisamento, raspagem, limpeza, profilaxia, aplicação de flúor, acesso para canal e extrações.
“O tratamento odontológico hospitalar também possui grandes vantagens, como a prevenção da pneumonia nosocomial, considerada um tipo de infecção que mais leva o paciente ao óbito dentro de um hospital”, informou Cristiane Maia.
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