Estatal busca economizar R$ 1,5 bilhão em 2025 após prejuízo de R$ 2,6 bilhões no ano anterior
Em meio a uma grave crise financeira, os Correios anunciaram nesta segunda-feira (12) um plano estratégico que prevê uma série de medidas austeras para equilibrar as contas da estatal. A proposta, voltada aos cerca de 86 mil funcionários, tem como objetivo contornar o prejuízo de R$ 2,6 bilhões registrado em 2024 — quatro vezes maior que o déficit de 2023 — e gerar uma economia estimada em R$ 1,5 bilhão ao longo de 2025.
Redução de jornada e salários
Uma das principais medidas do plano é o incentivo à redução da jornada de trabalho, o que implicará também em diminuição proporcional dos salários. Atualmente, os empregados cumprem carga horária de 8 horas diárias e 44 horas semanais. A proposta prevê a redução para 6 horas por dia e 34 horas por semana.
A estatal reforça, no comunicado interno, que a colaboração dos trabalhadores será essencial para o sucesso do plano:
“Neste momento, a contribuição de cada empregada e empregado, por menor que pareça, é valiosa. Juntos, temos todas as condições de superar os desafios e construir um futuro mais promissor e vitorioso para nossa equipe.”
Suspensão de férias e reestruturação interna
Outra medida polêmica anunciada é a suspensão temporária das férias, válida a partir de 1º de junho de 2025, referente ao período aquisitivo deste ano. A empresa informou que as férias voltarão a ser concedidas apenas em janeiro de 2026.
Além disso, haverá revisão da estrutura organizacional da sede dos Correios, com corte de pelo menos 20% no orçamento destinado a cargos comissionados e funções de confiança.
Pior resultado entre estatais
O prejuízo dos Correios em 2024 foi o maior entre todas as estatais brasileiras, de acordo com dados do governo federal. A deterioração financeira ocorre em um cenário de queda de receitas, aumento de custos operacionais e baixa competitividade frente a empresas privadas do setor logístico.
A proposta ainda será debatida com os representantes dos trabalhadores e deve enfrentar resistência de sindicatos e associações ligadas à categoria.
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