Alerta de desmatamento na Amazônia sobe 55% e acende alerta


Dados mostram crescente em abril deste ano, se comparado ao mesmo período do ano passado. isso acorre próximo a temporada de seca e do fogo, o que acende o alerta para o governo federal. Ao longo do ano, a redução foi de apenas 1% com relação ao ano passado. Área com desmatamento em meio à floresta amazônica
Christian Braga/Greenpeace
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram alta de 55% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (8) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O aumento acontece próximo a temporada de seca e do fogo, o que acende o alerta para o governo federal.
➡️ Os dados foram registrados pelo Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), que usa imagens de satélite para monitorar a floresta e emite alertas quando há indícios de supressão da vegetação.
Nesta quinta-feira (8) o governo federal divulgou o ano de alertas, que leva em conta o período de agosto de 2023 a abril de 2024.
🔎 O resultado foi:
Abril de 2025 teve alta de 55% nos alertas para o desmatamento em relação ao mesmo mês de 2024. Foram 270 km² em abril deste ano, contra 174 km² em abril do ano passado.
No acumulado de agosto de 2024 a abril de 2025, foram 2.542 km² sob alerta. O número representa uma queda de 5% em relação ao mesmo período anterior.
Os estados com mais alertas de desmatamento em abril foram: Amazonas, Mato Grosso e Pará.
A área acumulada de alerta de desmatamento de janeiro a abril deste ano mostrou uma redução tímida de apenas 1% com relação ao ano passado.
O avanço preocupa autoridades ambientais por acontecer com a proximidade do período de estiagem, A época coincide com a temporada do fogo, quando áreas desmatadas costumam ser queimadas, causando grandes perdas.
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➡️ A redução do desmatamento é uma das promessas ambientais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda antes de assumir o terceiro mandato, durante a COP-27, no Egito, Lula se comprometeu com a meta de zerar o desmate até 2030.
A porta-voz do Greenpeace, Thais Bannwart, Brasil lembra que os números são menores do que os vistos em anos anteriores, mas mostram que ainda está distante da meta do governo e que é preciso que as medidas avancem mais rapidamente.
“Os dados do Deter de abril mostram que as políticas de comando e controle de desmatamento são eficazes, porém, sozinhas, não garantirão que alcancemos a meta do desmatamento zero, meta esta que deve ser alcançada muito antes de 2030. É importante que outras ações com efeitos perenes avancem mais rapidamente para coibir o desmatamento, afirma a porta-voz do Greenpeace Brasil, Thais Bannwart.
No ano passado, depois de queimadas recordes, o governo adotou medidas e criou um comitê de crise para acompanhar a situação. Na semana passada, o STF também tomou uma decisão inédita: determinou a desapropriação de terras onde houver crime ambiental.
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