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Durante entrevista publicada nesta quinta-feira (8) pela revista The New Yorker, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusando-o de espalhar “bobagens” e um discurso “anarquista” contra as instituições.
A crítica de Lula ocorre ao mesmo tempo em que o petista participa das comemorações do Dia da Vitória, em Moscou, a convite de Vladimir Putin — num desfile militar em que a maioria dos presentes são ditadores e líderes de regimes autocráticos.
Lula discursou sobre a importância do “multilateralismo”, do “respeito à soberania” e da “cooperação global”. Mas, na prática, exibe alinhamento com governos que ignoram exatamente esses princípios.
Na cerimônia em Moscou, Lula dividirá tribuna com Xi Jinping (China), Miguel Díaz-Canel (Cuba) e Aleksandr Lukashenko (Belarus), além de representantes de outros 18 regimes autoritários que, em sua maioria, apoiam a ofensiva militar russa contra a Ucrânia.
Enquanto critica Trump — líder da maior democracia do mundo —, Lula estende tapete vermelho a líderes que perseguem opositores, censuram a imprensa e mantêm eleições de fachada.
Em suas declarações à imprensa, Lula acusou Trump de querer destruir as instituições americanas e atacou o protecionismo econômico do governo norte-americano.
Segundo Lula, as políticas de Trump representam um retrocesso em relação aos princípios do pós-guerra. Ele também criticou o apoio dos republicanos a Trump, dizendo que eles “aplaudiam qualquer bobagem que ele dizia” — sem especificar o contexto.
É um discurso estranho para quem, neste momento, faz parte de uma encenação em Moscou desenhada para reforçar o nacionalismo russo em meio a uma guerra de agressão.
Apesar dos esforços para posar como “pacificador”, Lula foi descartado como mediador relevante no conflito entre Rússia e Ucrânia.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou que Lula “não tem mais relevância” para qualquer tentativa de negociação.
A irrelevância internacional, no entanto, não impediu Lula de sugerir que, caso Trump conseguisse mediar a paz, deveria ganhar o Prêmio Nobel — ironizando o apoio europeu à resistência ucraniana e relativizando a responsabilidade da Rússia pelo conflito.
A participação de Lula no desfile militar de Moscou enterra, de vez, a imagem histórica do Brasil como ator neutro e respeitado no cenário internacional.
Ao se alinhar publicamente a Vladimir Putin e companhias, Lula coloca o Brasil do lado errado da história — enquanto ataca, de longe, as democracias que sempre foram parceiras comerciais e políticas do país.

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Fonte : Hora Brasilia