Na manhã
desta terça-feira, 29 de abril, o chefe de gabinete da Prefeitura de Capinzal e
coordenador da Defesa Civil, Rafael Dalavequia, participou do Jornal 102 para
apresentar atualizações sobre os problemas enfrentados pela comunidade de Linha
Mendes em relação à qualidade da água no poço artesiano local.
Perfurado
em 2020, o poço é responsável pelo abastecimento de aproximadamente 32 famílias
da região. Segundo Dalavequia, após um período de estiagem, a água passou a
apresentar forte turbidez, tornando-se imprópria para uso doméstico, como
lavagem de roupas e outras atividades cotidianas. Análises constataram a
contaminação da água, o que levou a Administração Municipal a buscar
alternativas para solucionar o impasse.
Recentemente,
foi realizada uma reunião com os moradores de Linha Mendes, que contou com a
presença de representantes da prefeitura. Durante o encontro, discutiu-se a
viabilidade de novas ações para garantir o fornecimento de água potável. A
perfuração de um novo poço chegou a ser cogitada, mas foi descartada diante da
possibilidade de repetição do problema anterior e das exigências burocráticas
envolvidas.
Também foi
considerada a locação de um caminhão equipado para abastecimento emergencial,
porém o alto custo inviabilizou a proposta — o orçamento de uma empresa de
Indaial apresentou valor diário de R$ 1 mil.
Como
solução mais viável, os moradores decidiram pela descontinuação da associação responsável
pela manutenção do poço, optando pela integração ao Serviço Intermunicipal de
Água e Esgoto (SIMAE). Com isso, o SIMAE iniciou estudos técnicos para avaliar
a possibilidade de conexão ao sistema regional. A princípio, foi analisada a
ligação com a rede da Vila União, porém a vazão do poço local não seria
suficiente. A alternativa escolhida foi a conexão com o poço de Vidal Ramos,
que atenderá à demanda da comunidade.
As próximas
etapas incluem o levantamento de custos e a adaptação da estrutura existente.
De acordo com o coordenador, há residências em áreas mais elevadas do que o
atual reservatório, o que exigirá a realocação do equipamento para garantir a
distribuição eficiente.
Em relação
a prazos, o coordenador afirmou que ainda não é possível definir uma data para
a conclusão das obras, mas ressaltou que os trabalhos estão sendo conduzidos
com celeridade. Enquanto a solução definitiva não é implementada, a Defesa
Civil está garantindo o abastecimento emergencial por meio de um reservatório
móvel com capacidade de 5 mil litros de água, abastecido diariamente.
Os custos
estimados para a execução do projeto giram em torno de R$ 100 mil, podendo
haver variações conforme a necessidade das adequações.
1º Simulado
de Gestão de Desastres
Durante a
visita, Dalavequia também anunciou a participação de Capinzal no 1º Simulado de
Gestão de Desastres, promovido pela Secretaria de Estado da Proteção e Defesa
Civil, que será realizado no dia 18 de maio. O município se prepara para
integrar o exercício, que ocorrerá simultaneamente em diversas cidades
catarinenses.
O
coordenador explicou que a iniciativa foi apresentada durante um treinamento
realizado em Xanxerê e tem como objetivo preparar os municípios para agir em
situações de emergência, especialmente na ausência das principais autoridades
locais, como o prefeito e o vice-prefeito. A escolha do domingo, inclusive
durante a Marcha dos Prefeitos em Brasília, reforça esse propósito.
Em
Capinzal, o simulado será voltado para desastres relacionados a enchentes e
deslizamentos, devido à proximidade com rios e ao histórico de chuvas intensas
na região. A ação contará com o apoio da Polícia Civil e Militar, Corpo de
Bombeiros, Secretarias de Infraestrutura e Saúde, além da Administração
Municipal.
Será criado
um Comitê de Gestão de Crises, possivelmente instalado na sede da prefeitura.
Também serão definidos locais para abrigar possíveis desabrigados e elaborados
procedimentos específicos para diferentes cenários de risco.
Dalavequia
destacou o pioneirismo do estado de Santa Catarina na realização do simulado,
que está disponível para adesão dos 297 municípios catarinenses. Segundo ele,
trata-se de uma espécie de “seguro”, que se espera nunca precisar utilizar, mas
cuja preparação é essencial.
As
atividades do simulado terão início por volta das 8h e seguirão até o final do
dia. Os gestores locais deverão reportar informações à Defesa Civil de Joaçaba,
que fará a conexão em tempo real com a secretaria estadual em Florianópolis.
A população
está convidada a acompanhar as atividades. Mais informações serão divulgadas
nos próximos dias.
Ouça a entrevista:
