Arcebispo que presenteou papa no Vaticano com pandeiro de grupo de samba relembra encontro no Vaticano e lamenta morte


Dom Zanoni Dementtino Castro expressou gratidão ao pontífice pela condução à igreja com firmeza e coragem, além de relembrar o contato com ele por diversas vezes. Papa Francisco recebe pandeiro feito por comunidade quilombola da Bahia em conferência feita na Itália
Reprodução/TV Subaé
A Arquidiocese de Feira de Santana, a 100 km de Salvador, lamentou a morte do papa Francisco nesta segunda-feira (21), aos 88 anos. Através de uma nota de pesar, o arcebispo metropolitano, Dom Zanoni Dementtino Castro expressou gratidão ao pontífice pela condução à igreja com firmeza e coragem, além de relembrar o contato com ele por diversas vezes. [Veja nota completa ao final da matéria]
Conforme o Dom Zazoni, Francisco, que se tornou o primeiro papa latino-americano, deixa um legado que continuará a inspirar a caminhada da Igreja no Brasil e no mundo. Além disso, levantou bandeiras do evangelho e defendeu os mais necessitados.
“Papa Francisco partiu para a casa do Pai, mas deixa um legado que continuará a inspirar a caminhada da Igreja no Brasil e no mundo. Seu magistério, sua simplicidade, seu amor pelos descartados e sua incansável luta por uma ecologia integral permanecem vivos entre nós”, divulgou em nota o arcebispo.
Encontro marcante
Em 30 de junho de 2024, o Arcebispo Metropolitano de Feira de Santana presenteou o pontífice com um pandeiro, símbolo da alegria do povo nordestino. O encontro aconteceu durante a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, realizada em Roma, na Itália.
O presente foi confeccionado pela Primeira Paróquia Quilombola do Brasil. Um vídeo divulgado nas redes sociais registra o momento em que o pontífice não só sorriu ao receber o instrumento, como também arriscou alguns movimentos com o pandeiro.
Papa Francisco recebe pandeiro da Primeira Paróquia Quilombola do Brasil
Em entrevista à TV Subaé, afiliada da Rede Bahia na região, o padre Ibrahim Muinde, pároco da Paróquia São Roque, primeira igreja Quilombola do Brasil, lamentou a morte do papa e explicou sobre a escolha do pandeiro para presenteá-lo.
“Tentamos encontrar um presente que representasse o nosso povo, que nos levasse à ele. E assim levamos a alegria do povo, que foi uma grande satisfação. Vimos a luta do papa com relação a saúde e também a alegria da sua participação na celebração da Páscoa. É uma notícia que leva saudade de tantos corações que ele tocou e o carinho que teve com todos nós.”
Além do arcebispo de Feira de Santana, baianos que receberam bênçãos do papa Francisco relembraram os momentos de emoção ao lado dele.
Confira a nota de pesar da Arquidiocese de Feira de Santana
“Com profundo pesar e esperança na ressurreição, a Arquidiocese de Feira de Santana une-se à Igreja em todo o mundo diante da notícia do falecimento do Santo Padre, o Papa Francisco
Como Arcebispo Metropolitano, nomeado por Sua Santidade, não posso deixar de expressar minha gratidão pessoal e eclesial por este Pastor que, com coragem evangélica, doçura franciscana e firmeza profética, conduziu a Igreja com um olhar voltado aos pobres, aos pequenos, à Casa Comum e à paz entre os povos.
Tive a graça de encontrá-lo por diversas vezes. De suas mãos recebi o Pálio Arquiepiscopal — sinal de comunhão com a Sé Apostólica e serviço pastoral junto ao povo de Deus. Em outro gesto que nunca esquecerei, entreguei ao Papa Francisco o pandeiro da Primeira Paróquia Quilombola do Brasil, símbolo da fé e resistência de um povo que ele sempre acolheu com ternura e atenção pastoral.
Durante nossa visita ad limina, em nome do episcopado baiano e sergipano, agradecemos-lhe especialmente por suas encíclicas e exortações, entre elas a Evangelii Gaudium, que foi para nós um verdadeiro alento missionário e um chamado a uma Igreja em saída, pobre e para os pobres.
Nunca me esquecerei de sua fala marcante aos Movimentos Populares, quando elevou como bandeira do Evangelho os três “T”: Terra, Teto e Trabalho — palavras simples, mas carregadas de justiça, profecia e compaixão.
Papa Francisco partiu para a casa do Pai, mas deixa um legado que continuará a inspirar a caminhada da Igreja no Brasil e no mundo. Seu magistério, sua simplicidade, seu amor pelos descartados e sua incansável luta por uma ecologia integral permanecem vivos entre nós.
Elevemos nossas preces, em comunhão com toda a Igreja, pedindo que o Senhor da Vida o acolha no seu Reino de paz e o recompense por ter sido servo fiel e humilde do Evangelho de Cristo.”
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