Talvez alguns se perguntem: por que, em toda a Igreja Católica ao redor do mundo, a Santa Missa não é celebrada neste dia? A resposta reside no próprio cerne deste dia santo: a Sexta-Feira Santa é o dia da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Assim como não celebraríamos uma festa enquanto um ente querido está sendo sepultado, a Igreja, em sua profunda sabedoria e amor, dedica este dia à contemplação do sacrifício redentor de Cristo na cruz. A ausência da Missa não é um vazio, mas sim um espaço sagrado para mergulharmos no mistério da dor e do amor infinito de Deus por nós.
Neste dia, a liturgia nos convida a trilhar os passos de Jesus em seu caminho doloroso, desde a condenação até o Calvário. Recordamos suas últimas palavras, seu sofrimento físico e espiritual, e a entrega total de sua vida para a nossa salvação.
A celebração da Paixão do Senhor, que ocupa o lugar da Missa neste dia, é um momento de profunda reflexão. Não se trata apenas de relembrar um evento histórico, mas de trazer para o nosso presente o significado da cruz. Somos chamados a contemplar o preço da nossa redenção e a renovar nossa fé no amor incondicional de Deus.
Este é um tempo para silenciar as vozes do mundo e escutar a voz suave da nossa consciência. Para nos questionarmos sobre o nosso papel na história da salvação. Para reconhecermos nossas fragilidades e pecados, que tanto fizeram sofrer o coração de Jesus.
A cruz, que para alguns pode parecer um símbolo de derrota e sofrimento, para nós, cristãos, é o sinal máximo do amor de Deus. Dela brota a esperança da ressurreição e a certeza da vitória sobre o pecado e a morte.
