Mais um juiz dos EUA decide que o Google é um monopólio na publicidade online

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Como muitas das big techs americanas, o Google tem sido um alvo crescente de uma série de ações de autoridades antitruste ao redor do globo. E acaba de sofrer, dentro de casa, uma derrota como parte dessa onda.

Juíza do Tribunal Distrital dos Estados Unidos na Virgínia, Leonie Brinkema proferiu decisão nesta quinta-feira, 17 de abril, declarando que a empresa detém um monopólio no segmento de publicidade online, mais especificamente, nos mercados de servidores de anúncios para editores e de bolsas de anúncios.

Essa foi a segunda vez em um ano que um tribunal federal americano chegou à conclusão de que o Google age ilegalmente para manter o seu domínio. O que acende o alerta para potenciais implicações para a companhia parte da holding Alphabet, avaliada em US$ 1,85 trilhão.

A nova decisão surge na trilha de processos movidos pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos e por estados americanos, sob a alegação de que o monopólio exercido pela companhia permite que a empresa cobre preços mais elevados e fique com fatias mais elevadas de cada venda de anúncio.

“Além de privar os rivais da capacidade de competir, essa conduta excludente prejudicou substancialmente os clientes do Google, o processo competitivo e, em última análise, os consumidores de informações na web aberta”, disse a juíza, segundo o The New York Times.

A magistrada terá ainda a oportunidade de exigir mudanças nos negócios do Google. Essa possibilidade também foi incluída na ação do Departamento de Justiça, que solicitou ao tribunal que obrigasse a empresa a vender algumas das divisões de publicidade que comprou nos últimos anos.

O processo na Virgínia teve início em 2023 e trata de uma complexa rede de sistemas de venda de espaços publicitários na internet. Esse pacote inclui, por exemplo, o Google Ad Manager, que faz leilões, em milissegundos, o tempo para carregar uma página, dos anúncios que serão mostrados ao usuário.

Essa plataforma foi justamente um dos alvos do processo do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Em sua ação, o órgão afirmou que o Google deveria vender pelo menos essa divisão, que inclui justamente os servidores e as plataformas de anúncios.

Para se ter uma dimensão de como a publicidade é a alma do negócio do Google, no quarto trimestre de 2024, essa área gerou uma receita de US$ 72,4 bilhões. No período, a receita total da companhia foi de US$ 96,4 bilhões.

Em outros números que só reforçam o peso desse braço da companhia, dados do governo americano apontam que a empresa detém uma participação de mercado de 87% no segmento de tecnologia e publicidade online.

Há outros riscos iminentes nesse calendário judicial da empresa e que não estão restritos diretamente aos negócios de publicidade. Na próxima semana, em Washington, será julgado o caso em que o que está em xeque é o domínio da companhia nas buscas online.

No caso, o Departamento de Justiça americano pede, entre outras medidas, que o Google venda ou desmembre o Chrome, navegador da empresa que, segundo o site Stacounter, controla cerca de dois terços do mercado global de browsers.

A empresa não é, porém, a única entre as gigantes de tecnologia que pode ser obrigada a rever suas operações. Esse é também o caso, por exemplo, da Meta, que está sendo julgada por monopólio em redes sociais, o que pode forçar a companhia de Mark Zuckerberg a vender o Instagram e o WhatsApp.

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Neofeed

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