A estratégia da Manatí para levantar R$ 181,4 milhões em fundo de papel

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A Manatí Capital levantou R$ 181,4 milhões com 6 mil investidores na primeira emissão de seu novo fundo imobiliário, o Manatí Renda CDI. Negociado no mercado de balcão da Cetip, o fundo possui características diferentes daqueles listados, como menor liquidez, menor volatilidade de cotas e prazo de encerramento.

O prazo do fundo será de seis anos, com os desinvestimentos concentrados nos últimos dois anos. Mas Eduardo Vahan, sócio-fundador da Manatí Capital, diz que a distribuição de proventos será mensal.

“Posicionamos o fundo como um produto de renda fixa estruturada, exclusivamente pós-fixado. Queríamos um produto mais assertivo para o investidor de varejo conseguir surfar essa Selic alta por mais tempo, que é um pouco a nossa visão macro”, diz Vahan.

O executivo diz que a grande maioria dos ativos do fundo foram originados e estruturados pela própria gestora. Vahan descreve este como o maior diferencial da casa. “A partir do momento que vou diretamente no empresário, é natural que consiga ter acesso a essa operação com menos intermediários. Em função disso, a minha relação risco-retorno acaba sendo mais proveitosa.”

Para Vahan, originar e estruturar os produtos dentro de casa é essencial para a perenidade de uma gestora de fundos imobiliários. “Quem não tem essa capacidade, cedo ou tarde, vai passar a ter produtos commoditizados.”

Destinado ao público em geral, o novo fundo Manatí Renda CDI teve sua captação concentrada, especialmente, em investidores de varejo. A distribuição do fundo teve a XP Investimentos como coordenadora-líder. O aporte mínimo inicial foi de R$ 1.000. Composto por CRIs 100% pós-fixadas, o produto busca um retorno médio de CDI + 2,2% ao ano.

O Manatí Renda CDI é o terceiro fundo da casa, voltada exclusivamente para o mercado imobiliário e com R$ 700 milhões sob gestão. Desse valor, cerca da metade está no MANA11, carro-chefe da casa, um hedge fund, com mandato para investir em FIIs, CRIs e FIDC imobiliário.

Vahan, no entanto, afirma que o cenário para o lançamento de novos fundos listados está mais desafiador, diante de cotas abaixo do valor patrimonial. O MANA11, por exemplo, está sendo negociado com um deságio de 7%, enquanto o desconto médio de fundos de papel está em 19%.

“Nesse momento de grande volatilidade, não existe captação simples. A alta da taxa de juros derruba o preço da cota. Toda essa desvalorização que aconteceu, que vemos até como exagerada, acaba inibindo muito a captação de novos recursos”, diz o fundador da Manatí.

Apesar do cenário mais desafiador, Vahan projeta chegar a R$ 1 bilhão captado até o fim do ano. Para isso, avalia a possibilidade de lançar novos fundos. “Nosso maior interesse é continuar tendo oportunidade de entregar esses investimentos diferenciados aqui para os investidores. A captação é uma segunda derivada do trabalho que a gente faz.”

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Neofeed

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