Com preço do cacau “nas alturas”, como driblar o valor do ovo de Páscoa e economizar em SC

A alta de 189% no preço do cacau nos 12 meses anteriores a dezembro de 2024 deve impactar o preço dos ovos de Páscoa em 2025, prevê a Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (Abia). Com o aumento no valor do item mais procurado na data festiva, catarinenses podem buscar por alternativas para driblar a alta e economizar.

A confeiteira Maria Isadora Rizzon, de Lages, na Serra de Santa Catarina, diz que já percebeu no bolso o aumento do cacau nos últimos meses. Desde novembro de 2024, segundo a confeiteira, o aumento foi de quase 264%.

— É o primeiro ano em nove Páscoas, que eu vejo confeiteiras discutindo sobre a possibilidade de o chocolate nobre simplesmente acabar nas lojas. […] O que salva a maioria das confeiteiras é a possibilidade de oferecer várias opções: de vários tamanhos, de várias formas e consequentemente, de vários valores — explica.

De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço do chocolate em barra e do bombom subiu 16,53%, enquanto o chocolate e o pó achocolatado encareceram 12,49%, nos acumulados dos 12 meses até janeiro.

Dicas para economizar na Páscoa 

Para Maria Isadora, uma alternativa para economizar na Páscoa de 2025 é investir em comidas com chocolate além dos ovos de Páscoa, como as barras ou brigadeiros, por exemplo.

— Como a Páscoa é o chocolate, as pessoas gostam de dar doces. Procurar outras alternativas, como a barra recheada, os brigadeiros, coisas que são de chocolate, que remetem à Páscoa, por ter esse momento afetivo, por ter essa questão de presentear com chocolate, é bom — fala a confeiteira.

Caso o consumidor não consiga fugir dos ovos de Páscoa, a solução para este ano é comprar ovos menores e em poucas quantidades.

— Não investir tanto. Não comprar um ovo de R$ 100 para cada pessoa da família. Lembrancinhas mais acessíveis, feitas também com chocolate.

Queda na produção

O setor de chocolates prevê uma retração de cerca de 20% na quantidade total de ovos de Páscoa produzidos neste ano, em relação à produção do ano passado.

Apesar dessa diminuição, a expectativa da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicad) é de contratação de pouco mais de 9,6 mil trabalhadores temporários, 26% a mais do que em 2024, com expectativa de 20% serem efetivados.

Para lidar com o aumento de custos, o setor usa como estratégia a diversificação de portfólio, com produtos menores e mais variados. Como o chocolate não é um produto essencial, como o arroz ou uma proteína (ovo, carne ou equivalente vegetal) seu consumo pode ser diminuído ou evitado mais facilmente. Com isso o preço tem um limite, a partir do qual a demanda começa a cair.

 

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