R$ 200 milhões em hotel de luxo e nenhuma torneira: Itaipu vira cofre de luxo do governo Lula sem fiscalização do TCU

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Enquanto a população de Belém enfrenta esgoto a céu aberto, IDH estagnado e infraestrutura precária, o governo federal — via usina binacional de Itaipu — resolveu despejar R$ 200 milhões em um hotel cinco estrelas que vai abrigar chefes de Estado na COP30. A cereja no topo desse bolo ambiental? O investimento “socioambiental” de luxo tem a primeira-dama Janja como garota-propaganda, mas não passou por nenhum crivo do Tribunal de Contas da União. Nem poderia — Itaipu opera em um vácuo institucional blindado pela omissão e por um aval silencioso do Supremo Tribunal Federal (STF).

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A gestão petista na hidrelétrica mais simbólica do continente transformou a usina em caixa-preta, onde contratos bilionários circulam sem auditoria pública. O STF, com sua costumeira elasticidade interpretativa, decidiu que Itaipu não precisa prestar contas ao TCU, pois se trata de uma entidade binacional. Em troca, recomendou um comitê de supervisão Brasil-Paraguai, que — surpresa! — Lula nunca criou.

O hotel bancado com o dinheiro da energia que sai da usina é descrito, no edital do governo do Pará, como um espaço que irá “proporcionar hospedagem de luxo e conforto para chefes de Estado, dignitários e outros líderes globais”. Porque, aparentemente, a prioridade da política ambiental brasileira é garantir que os estrangeiros possam jantar em paz num restaurante gourmet enquanto os moradores da capital amazônica pisam em lama.

Segundo o site Belém Negócios, o complexo contará com quase 500 quartos, restaurantes, bares, academia e salas de reunião. Tudo financiado por uma estatal de energia que, teoricamente, deveria investir em eficiência elétrica, ampliação de infraestrutura e programas de inclusão energética. Mas é claro: quem precisa de rede elétrica no interior do país quando se pode construir um spa para diplomatas?

Itaipu foi transformada, sob a tutela do atual governo, em um canal paralelo de fomento político, onde contratos escapam dos holofotes e o “progresso” ganha forma de hotelaria de luxo. A justificativa oficial para o aporte? “Missão socioambiental da empresa”. Para os que ainda conservam algum senso de realidade: não há qualquer lógica que conecte “inclusão energética” a piscina aquecida e café colonial para convidados da COP.

Essa é a nova versão do desenvolvimento sustentável: um país que banca conferência de luxo para líderes internacionais enquanto ignora seus próprios indicadores de miséria urbana. Belém tem um dos piores índices de saneamento básico do Brasil. Mas, aparentemente, o que importa é que os líderes globais possam descansar em lençóis de algodão egípcio entre um painel climático e outro.

A usina de Itaipu está operando sem qualquer supervisão eficaz, num regime jurídico peculiar em que bilhões podem ser movimentados sem obrigação de transparência direta com os órgãos de controle nacionais. O STF — sempre prestativo quando se trata de criar exceções esquisitas — ratificou essa lacuna institucional.

No final, o que se vê é um clássico brasileiro: dinheiro público indo onde o povo não vai, contratos públicos bancando conforto internacional e uma estatal estratégica operando como se fosse uma fundação privada, intocável, opaca e muito conveniente. Se essa “missão socioambiental” continuar, talvez em 2030, a única coisa sustentável no Brasil seja a farra com dinheiro do povo.

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Fonte : Hora Brasilia

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