Hugo Motta fala em “sensibilidade” para penas mais brandas, mas resiste à pressão por anistia

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), manifestou-se nesta segunda-feira (7) sobre as manifestações realizadas na Avenida Paulista em defesa da anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Embora tenha evitado usar diretamente o termo “anistia”, Motta admitiu que é necessário haver “sensibilidade para corrigir exageros”, sinalizando apoio a penas mais brandas para casos considerados menos graves.

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“Acho que essa sensibilidade é necessária, toca a todos nós. Mas não podemos, com isso, aumentar uma crise institucional que já está posta. Não contem com este presidente para aumentar a crise entre os Poderes”, declarou o deputado durante evento da Associação Comercial de São Paulo.

Motta procurou se posicionar como moderador em meio à escalada de tensão entre o Congresso e o Judiciário, minimizando a pressão vinda das ruas e dos bastidores políticos. “Não é desequilibrando, não é aumentando a crise que nós vamos resolver o problema”, completou.

O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem pressionado pela votação urgente do projeto de anistia, mas líderes partidários do Centrão recusaram-se a assinar o pedido de urgência, indicando que não há consenso. Motta, nesse contexto, evita assumir protagonismo na pauta, optando por respostas genéricas e promessas de “responsabilidade”.

Enquanto isso, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), tem prometido apoio do Centrão à anistia — algo que causou irritação entre deputados que não foram previamente consultados. A situação se agravou após Silas Malafaia, organizador do ato na Paulista, atacar diretamente Hugo Motta do alto do palanque, acusando-o de ser o principal responsável pelo recuo dos líderes partidários.

Deputados do PL anunciaram que vão obstruir a pauta da Câmara em protesto contra a demora na tramitação da anistia. Motta respondeu com diplomacia:

“Sou um amante da democracia. Toda manifestação é válida, e a obstrução é um instrumento legítimo do Parlamento.”

Mesmo assim, ele deixou claro que a Câmara não será “uma casa de uma pauta só” e prometeu consultar o Senado Federal antes de qualquer decisão sobre a anistia, em tentativa de diluir a responsabilidade política.

Na tentativa de manter canais abertos com a base bolsonarista sem comprometer seu capital político, Motta também autorizou o início da tramitação de um projeto que pode livrar o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) da ação penal em que é réu por tentativa de golpe. O gesto foi lido como aceno ao grupo bolsonarista, mas também pode servir como moeda de troca para conter o avanço do projeto de anistia, considerado mais ‘explosivo’ institucionalmente.

Em um Congresso marcado por disputas internas e tensão com o Judiciário, o presidente da Câmara evita confrontos diretos, mas sabe que qualquer movimento em falso pode custar sua liderança — e sua viabilidade política futura.

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Fonte : Hora Brasilia

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