Emicida lança ‘Acabou, mas tem’; veja letra

emicida afropunk

Tom Jobim dizia que a música brasileira é aquela que ri e que chora. Este é um bom ponto de partida para abordar a nova música de Emicida, “Acabou, mas tem”, uma canção que sorri com uma ponta de dor. Com lançamento nesta quinta, 29 de fevereiro, a faixa, que tem produção assinada por Emicida e Damien Seth, carrega um pranto e um lamento emoldurados por uma harmonia que provoca esperança – algo que, de certa forma, reflete a dualidade do título do single. O videoclipe, disponível no canal de YouTube do rapper paulistano, também compartilha do contraste para ambientar a narrativa.

Letra

A tarde deita mansa
Tipo um beijo de criança
É uma benção, moça
Lembrança em posse, a quem possa interessar
Tô zen na medida do impossível
Contando nos medos, que nível
Tão ágil um mal presságio vem, sinceramente…

Eu só quero ficar bem, igual quem é pluma
Mas também puma no seu jeito de viver
Lá fora o mundo não ajuda
Por isso é que eu só quero ficar bem com você

Eu só quero ficar bem, igual quem é pluma
Mas também puma no seu jeito de viver
Lá fora o mundo não ajuda
Por isso é que eu só quero ficar bem com você

Não sinto que meus amigos tiveram fim
Sinto que eles se mudou pra dentro de mim
Me frustra a vida breve, ausência de um motivo
Como um país inteiro consegue assim, se fingir de vivo?
Então, sou Crusoé do Defoe, não melhor, José do Drumond ou Bandeira nas cinzas das horas, só mágoa, luta e paixão

Lá fora é infinita miséria humana, no último dia, paupéria chama
Vira Sibéria é o plano, mano
Parece que Deus tirou férias
E eu só quero ficar bem, igual quem é pluma
Mas também puma no seu jeito de viver
Lá fora o mundo não ajuda
Por isso é que eu só quero ficar bem com você

Eu só quero ficar bem, igual quem é pluma
Mas também puma no seu jeito de viver
Lá fora o mundo não ajuda
Por isso é que eu só quero ficar bem com você

Remete a um roteiro medonho
O leste desse continente
A peste é só mero detalhe, o que aqui não é doente?
De carta branca, Vão demônios, dão ombro a vidas inocentes
E dor nenhuma para o baile
Quem mata rio vai salvar gente?
O rico mira Marte, acerta morte, estanca a arte, seca o pote todo
Passa a boiada, passa o rodo, deixa só o nojo, esgoto, lodo

Choveu água suja no coração do Brasil, todo mundo viu
Ficou noite 3 da tarde, tio, e a vida seguiu normal…

Belisque o seu próprio braço e pergunte-se
Se, você ainda é capaz de sentir algo
Ainda é capaz de sentir algo…

Belisque o seu próprio braço e pergunte-se
Se, você ainda é capaz de sentir algo
Ainda é capaz de sentir algo…

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