Moraes revoga medidas contra padre: ‘Investigação ao arrepio da lei’, avalia religioso

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Defesa do sacerdote comentou a decisão e lamentou a perseguição e injustiças sofridas por José Eduardo

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator dos casos da suposta tentativa de golpe em 2022, revogou as medidas cautelares impostas ao padre de Osasco (SP) José Eduardo de Oliveira e Silva, um dos investigados e que chegou a ser indiciado pela Polícia Federal.

A decisão, da noite de terça-feira 18, era esperada, depois que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, não incluiu o sacerdote na denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados. Com a revogação das medidas, os objetos apreendidos serão devolvidos ao religioso.

Em nota à imprensa, o advogado do religioso, Miguel da Costa Carvalho Vidigal, voltou a afirmar que a inclusão de José Eduardo nas investigações “se deu em face de uma série de equivocadas interpretações e fantasiosos relatos”.

“O material que agora se devolverá ao religioso foi amplamente revistado pelas autoridades, que não encontraram absolutamente nada que pudesse dar embasamento às falsas acusações imputadas pelos investigadores da Polícia Federal, ao longo do período inquisitorial”, afirma o advogado, na nota, também assinada pelo sacerdote.

Fishing expedition” e “investigação ao arrepio da lei”

Na nota, a defesa do padre José Eduardo também afirma que a investigação foi ilegal, principalmente pela prática de fishing expedition, que é a busca de provas feita aleatoriamente, sem uma causa provável de eventual cometimento de crime.

“Os responsáveis pela investigação, muito embora, em nosso entendimento, tenham agido ao arrepio da lei, procurando detalhadamente fazer fishing expedition no material do religioso, não foram capazes de levantar nada além de frases descontextualizadas e que nada serviriam à investigação”, afirma a nota.

O advogado também afirma que os agentes federais preferiram ignorar dezenas de mensagens que comprovavam o caráter exclusivamente espiritual da atuação do padre e “preferiram maquiar a verdade com quatro ou cinco mensagens”, usadas de forma descontextualizada.

“A defesa do Estado de Direito nunca deve ser feita por meio de injustiças e perseguições desacompanhadas de provas robustas e inquestionáveis”, ensina. “Não fosse a grande devoção a Maria Santíssima, a quem o sacerdote confiou todo este momento de angústia, bem como o amparo de seus familiares e da imensidão de fiéis e pobres que acompanham seu trabalho e o sustentaram ao longo deste incompreensível momento, a vida teria se transformado em um grande momento de terror.”

O padre também agradeceu “à imensa quantidade de pessoas, cardeais, arcebispos, bispos, padres, fiéis e mesmo diversos membros e até pregadores de outras religiões que vêm lhe enviando mensagens de apoio e carinho, tanto do Brasil como de fora”.

Defesa do padre comenta a fake news da “oração do golpe”

A nota também se dedica a refutar a fake news da “oração do golpe”, título que a Polícia Federal deu à atuação do padre José Eduardo.

“Tendo em vista o questionamento de diversos órgãos de imprensa sobre o fato de que o religioso teria composto uma “oração ao golpe” [sic!], reitera-se que ele nunca fez tal despropósito”, afirma.

Além disso, a nota diz que “não há, nem nos autos do processo, menos ainda em qualquer objeto que pertença ou tenha pertencido a ele, qualquer composição pedindo a destruição da Ordem Constitucional”. O texto explica que o epíteto “oração ao golpe” colocado no relatório “se originou em uma infeliz expressão sensacionalista, alimentando o enorme caudal de fake news contra o religioso”.

Crédito Revista Oeste

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Fonte:
Paulo Figueiredo

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