Itaipu destina R$ 750 milhões para universidade enquanto tarifa de energia segue alta

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A Usina Hidrelétrica Binacional de Itaipu decidiu financiar a retomada das obras da Universidade Federal Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu (PR), com um investimento de mais de R$ 750 milhões, em vez de reduzir o custo da energia para os consumidores brasileiros. A obra, planejada durante o segundo mandato de Lula e paralisada há uma década, será custeada com recursos que, segundo especialistas, poderiam ser utilizados para diminuir a conta de luz.

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Com o fim da dívida de Itaipu em 2023, a expectativa era de que a tarifa da usina caísse até 30%, de US$ 16,71 para cerca de US$ 12 por MWh. No entanto, os gastos classificados como “socioambientais” têm mantido o preço elevado, e apenas um acordo entre Brasil e Paraguai evitou um aumento na conta de energia.

Criada para promover a integração acadêmica latino-americana, a Unila opera desde 2010, mas seu campus nunca foi concluído. As obras foram interrompidas em 2014, quando o consórcio responsável abandonou o projeto alegando problemas estruturais e aumento de custos.

Agora, Itaipu financiará a construção de salas de aula, um prédio administrativo, um restaurante universitário e passarelas de acesso. O projeto está em fase de licitação e deve começar em abril.

O financiamento da universidade reacendeu críticas sobre a destinação dos recursos da usina. Especialistas do setor elétrico argumentam que Itaipu, que não está sujeita à fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU) ou do Congresso, tem funcionado como um “orçamento paralelo”, sem controle rígido sobre seus investimentos.

“O consumidor brasileiro poderia pagar menos pela energia, mas Itaipu prefere usar seus recursos para financiar projetos que não têm relação direta com a geração elétrica”, afirmou Luiz Eduardo Barata, presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia.

Além da Unila, a usina já destinou R$ 1,3 bilhão para a COP30 e R$ 15 milhões para um festival promovido pela primeira-dama Janja durante o G20. Também enviou um técnico veterinário para cuidar de emas no Palácio da Alvorada.

O Ministério de Minas e Energia afirma que a redução do custo da energia é prioridade e anunciou que R$ 2 bilhões serão utilizados para compensar a conta de luz em 2025. No entanto, especialistas apontam que, sem os gastos adicionais, a tarifa já poderia estar significativamente mais baixa.

Enquanto Itaipu direciona bilhões para projetos externos, os consumidores seguem sem o alívio esperado na conta de luz.

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Fonte : Hora Brasilia

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