03/3 – Dia Mundial dos Defeitos Congênitos

 

Celebrado desde 2015, o Dia Mundial dos Defeitos Congênitos tornou-se um movimento para engajar ativamente organizações globais, nacionais e regionais que busca mobilizar esforços coletivos para aumentar a conscientização, os recursos e o comprometimento para melhorar a vigilância, a pesquisa, a prevenção e o cuidado dos defeitos do nascimento.

 

O termo ‘defeitos congênitos’ refere-se a condições de saúde que se desenvolvem em um bebê antes do nascimento e que afetam a estrutura ou a função de seu corpo. Todos os anos, cerca de 8 milhões de crianças nascem com defeitos congênitos em todo o mundo, afetando indivíduos, familiares, amigos e comunidades. Por isso, cada jornada importa. Mais conscientização, menos estigma!

Defeitos congênitos são anomalias estruturais ou funcionais (por exemplo, distúrbios metabólicos) que ocorrem durante a vida intrauterina e podem ser identificados durante a gravidez, no nascimento ou, às vezes, apenas mais tarde.

Podem ser causados ​​por um ou mais fatores genéticos, infecciosos, nutricionais ou ambientais, sendo causa importante de mortes de recém-nascidos e crianças, doenças crônicas e deficiência. Estima-se que 303.000 recém-nascidos morram a cada ano, em todo o mundo, devido a defeitos congênitos.

No Brasil, as anomalias congênitas são a segunda principal causa de morte entre os menores de cinco anos. De acordo com dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), estima-se que, a cada ano, cerca de 24 mil recém-nascidos são registrados no Brasil com algum tipo de anomalia congênita diagnosticada ao nascimento. Todavia, sabe-se que este número ainda está sub-representado, se comparado a estimativas internacionais, uma vez que o diagnóstico das anomalias congênitas ao nascimento é bastante heterogêneo e varia amplamente nas diferentes regiões do país.

 

Dentre as anomalias congênitas mais comuns, estão: as cardiopatias congênitas, que são alterações na estrutura ou função do coração; os defeitos de membros, como membros ausentes, supranumerários ou com desenvolvimento alterado; os defeitos de tubo neural, que se relacionam a uma falha no fechamento adequado do tubo neural embrionário, como a anencefalia e a espinha bífida; e as anomalias cromossômicas, como a síndrome de Down.

Anomalias congênitas são condições que podem ser prevenidas com a adoção de medidas individuais e coletivas em três diferentes níveis:

Prevenção primária: visa evitar a ocorrência de problemas no desenvolvimento embrionário e fetal e, consequentemente, a ocorrência de anomalias congênitas.

– Alimentação adequada do ponto de vista nutricional e suplementação de ácido fólico e vitamina B12 no período pré-concepcional e durante a gestação;
– Controle do excesso de peso e prática regular de exercícios físicos recomendados pelo médico durante a gestação;
– Vacinação contra doenças infecciosas antes da gestação;
– Controle e tratamento de doenças maternas, como hipertensão, diabetes mellitus, epilepsia, hipotireoidismo, aids, entre outras;
– Acompanhamento pré-natal, com aconselhamento quanto ao uso de medicações, álcool, drogas e substâncias teratogênicas na gestação;
– Prevenção de possíveis exposições ambientais a agentes teratogênicos (agentes químicos, físicos ou biológicos com capacidade de afetar o desenvolvimento do embrião ou do feto);
– Confirmação sobre a possível exposição ocupacional a agentes teratogênicos e implementação de medidas de segurança ou afastamento da função;
– Campanhas informativas sobre os riscos da idade materna acima de 35 anos, assim como sobre os riscos do consumo de álcool ou cigarro durante a gestação.

Prevenção secundária: Objetiva a intervenção precoce e a redução do número de crianças nascidas com anomalias congênitas.

Rastreamento genético e diagnóstico pré-natal de anomalias congênitas, quando possível, permitindo o aconselhamento genético, adoção de medidas precoces de intervenção, quando possíveis e o encaminhamento da gestante aos centros de referência.

Prevenção terciária: Visa a detecção e o manejo precoces dos casos de anomalias congênitas identificadas ao nascimento a fim de melhorar a qualidade de vida da criança e evitar a ocorrência de complicações e eventos adversos relacionados com anomalias congênitas específicas. Inclui:

– Avaliação do recém-nascido para reconhecimento e diagnóstico precoces da (s) anomalia (s) congênita (s);
– Tratamento das complicações associadas;
– Intervenção cirúrgica para determinadas anomalias congênitas como, por exemplo, fendas labiais ou palatinas e cardiopatias congênitas;
– Oferta de assistência especializada para o melhor desenvolvimento neuropsicomotor de crianças acometidas por anomalias congênitas.

 

O tratamento dos indivíduos com anomalias congênitas é feito com base nas complicações associadas a estas anomalias. Intervenções cirúrgicas, por exemplo, podem ser realizadas dependendo do tipo de anomalia apresentada, como no caso de fendas labiais ou palatinas e cardiopatias congênitas. Além disso, a assistência especializada pode melhorar o desenvolvimento neuropsicomotor e intelectual dos indivíduos com determinadas anomalias, melhorando consideravelmente sua qualidade de vida.

De acordo com o Guia prático: diagnóstico de anomalias congênitas no pré-natal e ao nascimento, elaborado pelo Ministério da Saúde, “vigiar as anomalias congênitas é uma importante estratégia em saúde pública, não apenas para subsidiar a tomada de decisão e mitigar seus impactos na morbimortalidade dos indivíduos afetados mas, também, porque muitos tipos de anomalias são passíveis de prevenção, em diferentes níveis. ”

 

Internacionalmente, entre os dias 1º e 5 de março, estão programadas várias atividades e eventos alusivos à data comemorativa, incluindo webinar, bate-papo no X e eventos ao vivo no Facebook. Mais informações estão disponíveis aqui!

 

Fontes:

Ministério da Saúde
Organização Mundial da Saúde (OMS)
World Birth Defects Day

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