03/3 – Dia Mundial da Audição 2025

 

O Dia Mundial da Audição é uma campanha anual para conscientizar sobre a prevenção da surdez e da perda auditiva e promover a ideia de que os cuidados com os ouvidos e com a audição fazem parte da saúde e do bem-estar geral, bem como chamar a atenção sobre a importância de reduzir o estigma associado aos problemas auditivos.

“Mudando mentalidades: capacitar-se para tornar os cuidados com os ouvidos e a audição uma realidade para todos!”, tema de 2025, mantem o foco na mudança do modo de pensar em relação aos cuidados auditivos (campanha de 2024) e convida os indivíduos de todas as idades a se capacitarem para garantir ouvidos e audição saudáveis ​​para si e para os outros.

Mensagens-chave:

– Mais de um bilhão de jovens enfrentam o risco de perda auditiva permanente devido à exposição prolongada a sons altos durante atividades recreativas, como ouvir música e jogar videogame.

– Como será a audição no futuro depende dos cuidados de hoje, pois muitos casos de perda auditiva podem ser evitados por meio da adoção de práticas de escuta segura e bons cuidados com os ouvidos. Para aqueles que têm perda auditiva, a identificação precoce e o acesso à reabilitação oportuna são essenciais para que possam atingir seu potencial máximo.

– Adotar medidas hoje pode garantir uma boa saúde auditiva por toda a vida.

 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), na região da Américas, em torno de 217 milhões de pessoas vivem com perda auditiva, ou seja, 21,52% da população. Estima-se que até 2050 esse número possa subir para 322 milhões.

No Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2,2 milhões de pessoas possuem deficiência auditiva. A falta de informações precisas e atitudes estigmatizantes em relação às doenças do ouvido e à perda auditiva muitas vezes impedem o acesso a cuidados para essas doenças. Mesmo entre os prestadores de cuidados de saúde existe falta de conhecimento sobre prevenção, identificação precoce e tratamento da perda auditiva e doenças do ouvido, dificultando sua capacidade de fornecer a assistência necessária.

 

O ouvido é um sistema ósseo composto por canais por onde passam líquidos que estimulam as células sensoriais do equilíbrio e da audição. Qualquer alteração nesse processo pode dificultar a audição ou provocar problemas auditivos e de estabilidade. O acúmulo de cera pode, por exemplo, bloquear a passagem do som. Inflamações também comprometem a percepção sonora.

As causas mais comuns de perda de audição na infância são de origem genética, mas também podem estar associadas a outros fatores de risco, como peso muito baixo ao nascimento, asfixia neonatal, infecções congênitas da mãe durante a gestação, etc.

Os bebês precisam passar pelo ‘teste da orelhinha’, fundamental para a detecção precoce dos problemas auditivos na infância, cujo registro é de até três casos para 1.000 nascidos vivos. O teste é simples, indolor e não invasivo, e todos os bebês devem fazê-lo antes de completar um mês de idade.

Crianças que apresentam alteração no teste são encaminhadas para diagnóstico completo. Caso seja confirmada a perda permanente, a criança passa pela adaptação de aparelhos de amplificação sonora e terapia fonoaudiológica. Neste momento, é essencial o trabalho conjunto de fonoaudiólogos e otorrinolaringologistas.

Entre os jovens, as causas da perda de audição estão relacionadas à exposição a níveis elevados de pressão sonora. Atualmente, os hábitos recreacionais, como o uso de fones de ouvido com volume alto por tempo prolongado, são os ‘vilões’ da saúde auditiva.

Esses hábitos podem causar a ‘perda auditiva escondida’, que ainda não se mostra visível no exame de audiometria, mas que já se apresenta com redução de células ganglionares do nervo auditivo – responsáveis por transformar a energia sonora em impulsos nervosos – e resultam na dificuldade de compreender a fala.

Outras causas muito comuns de perda auditiva em jovens e adultos são de origem metabólica, principalmente em pessoas com diabetes, além de outras doenças infecciosas, como a meningite e a caxumba.

O adoecimento auditivo pode, ainda, ser provocado pela exposição laboral a fatores como vibração, calor e substâncias químicas, embora muito comumente o ruído seja o maior responsável pela condição.

A perda auditiva relacionada ao trabalho é considerada uma das doenças mais frequentes na população trabalhadora estando presente em diversos ramos de atividade, entre eles, siderurgia, metalurgia, gráfica, têxtil, construção civil, agricultura, transportes, telesserviços e outros.

Diversos estudos mostram que outros agentes causais (químicos ou ambientais), atuando de forma isolada ou concomitante à exposição ao ruído, podem também ocasionar danos à audição. Dentre eles a exposição à vibração (britadeiras, por exemplo), calor (caldeiras, por exemplo) e substâncias químicas (combustíveis e solventes, por exemplo).

Prevenção da perda auditiva:

Em crianças, quase 60% da perda auditiva pode ser evitada por meio de medidas como imunização para prevenção da rubéola e da meningite, melhoria da atenção materna e neonatal e triagem e tratamento precoce de otite média — doença inflamatória do ouvido médio.

Em adultos, o controle de ruído, a escuta segura e a vigilância de medicamentos ototóxicos, juntamente com a adequada higiene do ouvido, podem ajudar a manter uma boa audição e reduzir o potencial de perda auditiva.

No âmbito das atividades laborais, o diagnóstico precoce pode evitar o agravamento da perda auditiva apresentada pelo trabalhador. Além disso, norteará a busca ativa de novos casos naquele ambiente de trabalho e permitirá que medidas de proteção individual e coletiva sejam adotadas, evitando o desencadeamento de perda auditiva em trabalhadores e seu agravamento naqueles que já estão adoecidos.

 

Fontes:

Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH)
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO)
Organização Mundial da Saúde (OMS)
Prefeitura da Cidade de São Paulo

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