“BTG tem a oportunidade de ser player dominante na América Latina”, diz Esteves

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Maior banco de investimentos da América Latina, o BTG Pactual vem expandindo seu footprint nos últimos anos para além da região. Em 2023, acertou a compra do FIS Privatbank, em Luxemburgo, e no ano passado anunciou a aquisição do M.Y. Safra Bank, nos Estados Unidos.

Apesar de globais, esses movimentos tem um foco local, calcados na estratégia que vem colocando em prática desde que realizou o IPO, em 2012, de ser o “banco dos latino-americanos”. E para André Esteves, fundador e chairman do BTG Pactual, os movimentos estão consolidando o banco como força na região.

“Temos a oportunidade de ser o player dominante na América Latina, o que de certa forma já somos”, disse ele na quarta-feira, 12 de fevereiro, em participação no Summit 2025, evento promovido pelo banco. “Mas para ser dominante, precisamos ter presença nos principais centros financeiros, na Europa e nos Estados Unidos.”

Segundo ele, as aquisições servirão tanto para a comunidade latino-americanas expatriadas nas regiões como na ponte para negócios. “Esse é o papel que queremos ter, de ser provedor de oportunidades globais para latino americanos e de oportunidades na América Latina para os investidores locais”, disse.

Adquirido por 21,3 milhões de euros, o FIS Privatbank permite ao BTG Pactual oferecer custódia e crédito estruturado, ampliando sua rede na Europa. Em 2020, o banco abriu um escritório em Portugal. No pós-pandemia, no Reino Unido, e em 2023 se estabeleceu em Madrid.

Com o M.Y. Safra Bank, o banco passou a contar com a possibilidade de linhas de crédito, com o NeoFeed apurando na ocasião que a instituição americana possui funding segurado pela Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), barateando o custo de captação.

As aquisições ocorreram no momento em que o BTG Pactual vive um dos melhores momentos de sua história. O banco fechou 2024 com recordes de receita e lucro, além de um retorno ajustado sobre o patrimônio (ROAE) de 23,1%, acima dos 22,7% de 2023.

Um dedo na política local e internacional

Além das pretensões globais do banco, Esteves deu suas impressões sobre a situação política no Brasil e nos Estados Unidos e também sobre o momento dos mercados.

Sobre a situação no País, ele afirmou que as eleições municipais podem ser uma proxy sobre o que pode ocorrer em 2026.

Segundo ele, os resultados vistos no ano passado apontam para uma “sociedade meritocraticamente”, reelegendo os prefeitos que fizeram um bom trabalho, independentemente da postura ideológica. “As eleições do ano que vem devem ser meritocráticas também. Quem estiver entregando vai levar”, disse.

Esteves pintou também um quadro positivo em relação ao presidente Donald Trump, elogiando a agenda pró-business dele, entendendo que ela deve também se refletir no lado geopolítico. “Trump é muito pró-business e guerra não é pro-business”, disse.

Por outro lado, criticou as propostas de elevar as tarifas de importação, avaliando que se trata de um retrocesso, lembrando que os Estados Unidos só ganharam com o livre comércio. Ele também destacou os benefícios que a imigração tiveram em reforçar a economia do país, ainda que tenha concordado com a necessidade de coibir a entrada ilegal de pessoas.

Na parte dos mercados, o chairman do BTG Pactual disse que os mercados estão corrigindo o excesso de pessimismo com o País visto no final do ano passado, mas destacou o peso relevante do fim do Trump trade.

“O que aconteceu nos últimos 45 dias tem pouco a ver com méritos do Brasil, foi um movimento global”, disse. “E acredito que estamos chegando no final desse movimento.”

As units do BTG Pactual fecharam o pregão com queda de 1,92%, a R$ 31,70. Em 12 meses, os papéis acumulam alta de 16,97%, levando o valor de mercado a R$ 132,9 bilhões.

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