Dívidas dos Estados: “Vetos de Lula inviabilizam adesão do RS”, diz Eduardo Leite

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, fez duras críticas ao governo federal pelos vetos ao projeto de renegociação das dívidas dos Estados. Leite disse que não se trata de “ameaçar não aderir ao programa”. Na visão do governador gaúcho, os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao texto simplesmente tornam inviável a adesão do Estado ao programa.

“Simplesmente torna sem sentido a adesão do Rio Grande do Sul”, afirmou Leite. Para ele, os vetos de Lula a trechos do texto retiraram o alívio na dívida dos entes federados no curto prazo.

A premissa é válida principalmente para Estados que se encontram em maior dificuldade financeira, como, por exemplo, aqueles que integram atualmente o Regime de Recuperação Fiscal. Segundo Leite, a adesão ao novo regime representaria um impacto negativo para o Rio Grande do Sul estimado em R$ 2 bilhões anuais.

“No momento em que trabalhamos a reconstrução do Estado, seríamos chamados a pagar mais para a União. Não faz sentido”, afirmou. Segundo Leite, a adesão ao novo programa retiraria no curto prazo recursos da reconstrução do Rio Grande do Sul, que ainda se recupera das fortes enchentes ocorridas no ano passado.

Leite afirmou ainda que enxerga nos vetos do presidente Lula um “descumprimento flagrante dos compromissos” assumidos durante a tramitação do projeto que criou o novo regime. O governador falou em “ruptura de confiança” e em comprometimento da “credibilidade de futuras negociações” entre Estados e União.

As declarações de Leite ocorrem após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter criticado governadores que reagiram negativamente aos vetos de Lula ao programa. Ontem, o ministro disse que se reuniu com cinco governadores de oposição durante a elaboração do projeto e que o texto aprovado “vai muito além do que eles pediram”.

“Se eu fosse um governador de oposição eu daria um telefonema agradecendo”, disse Haddad. (CNN)

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