Salário mínimo deve subir para R$ 1.518 em 2025 com nova fórmula de cálculo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve publicar, nos próximos dias, um decreto que reajustará o salário mínimo para R$ 1.518 em 2025. O valor representa um aumento de R$ 106, ou 7,5% sobre os atuais R$ 1.412, e começará a valer em janeiro, com pagamento em fevereiro.

A decisão faz parte da implementação da nova fórmula de cálculo do salário mínimo, que limita o reajuste ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos anteriores a 2,5%, além da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Perda mensal de R$ 10

Com a nova regra, o valor do salário mínimo ficou R$ 10 abaixo da projeção baseada na fórmula anterior, que utilizava o PIB integral (3,2% em 2023) para o cálculo. Caso a regra anterior fosse aplicada, o mínimo em 2025 seria de R$ 1.528.

Apesar do arredondamento para cima para alcançar R$ 1.518, a nova fórmula já está gerando economia para o governo. A equipe econômica estima que o impacto será uma redução de cerca de R$ 4 bilhões em despesas no próximo ano, considerando aposentadorias e benefícios sociais atrelados ao mínimo.

Impactos econômicos e sociais

O salário mínimo é referência para cerca de 59,3 milhões de brasileiros, incluindo trabalhadores, aposentados e beneficiários de programas como o Benefício de Prestação Continuada (BPC). O reajuste abaixo das projeções anteriores terá impacto direto no poder de compra e no orçamento das famílias, além de efeitos indiretos na economia, como a redução do crescimento do “salário médio” no Brasil.

Por outro lado, o governo argumenta que as medidas fazem parte de um pacote fiscal que busca equilibrar as contas públicas. Até 2030, estima-se que as mudanças no cálculo do salário mínimo gerarão uma economia de R$ 110 bilhões, parte dos R$ 327,1 bilhões previstos pelo pacote.

Publicação prevista até o fim de dezembro

O decreto com o novo salário mínimo deverá ser publicado até 31 de dezembro. Durante a gestão anterior, nos anos de 2020 a 2022, o reajuste foi feito apenas com base na inflação, sem aumento real. Em 2023, o governo Lula reintroduziu um pequeno aumento acima da inflação, retomando uma política que visa beneficiar o trabalhador, mesmo com limitações.

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