Karol G muda letra de música criticada até por presidente da Colômbia por sexualizar menores


Versão original de ‘+57’ falava em alguém que é ‘mulherão desde os 14’. Letra foi criticada por autoridades, em meio à preocupação com abuso de menores na Colômbia; entenda. Em menos de três meses, a cantora Karol G foi de unanimidade na Colômbia, com sua música “Si Antes Te Hubiera Conocido” entre as mais ouvidas do mundo, a nome criticado pelas maiores autoridades do país.
Um turbilhão de críticas à faixa “+57”, lançada na última quinta-feira (7), gerou reações até do presidente Gustavo Petro e fez Karol alterar a letra nesta quarta-feira (13), depois de ir a público para pedir desculpas.
O que aconteceu
Karol G com J Balvin, Maluma, Ryan Castro, Ovy on the Drums, Blessd, Feid e DFZM na gravação do clipe de ‘+57’
Reprodução/Instagram
Em “+57”, Karol G reuniu um time com nomes de peso do reggaeton: J Balvin, Maluma, Ryan Castro, Ovy on the Drums, Blessd, Feid e DFZM, todos colombianos, participaram da gravação. A música foi anunciada como uma celebração ao espírito festeiro do país.
Em meio ao relato sobre uma noite intensa, com drogas e bebidas, a letra original falava em alguém que é “una mamacita desde los fourteen” (na tradução para o português, algo como “um mulherão desde os quatorze”).
O trecho foi duramente criticado pela imprensa colombiana, por insinuar a sexualização de uma garota menor de idade, em meio à preocupação sobre o turismo sexual e os índices de abuso de menores no país, especialmente em Medellín, cidade natal de Karol G.
A versão em espanhol da revista “Rolling Stone” publicou um artigo chamando a música de “desastre”. No X (antigo Twitter), o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, republicou uma postagem sobre o texto da revista e escreveu:
“O debate é bom. Há um confronto cultural entre a superfície e a profundidade das coisas que a juventude está vivendo em suas comunidades.”
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Nesta terça-feira (12), a assessora presidencial para Direitos Humanos do país, Lourdes Castro García, divulgou um comunicado sobre o caso. No texto, intitulado “Declaração sobre a responsabilidade dos músicos na proteção das nossas crianças e adolescentes”, ela deixa clara a sua preocupação com “expressões musicais” que ameaçam o bem-estar da população menor de idade da Colômbia.
“A Colômbia é uma potência criativa (…), com artistas de renome mundial, que representam um modelo para milhões de meninas, meninos e jovens”, diz a assessora. “Não queremos censura, mas sim alternativas que ajudem todos os setores da sociedade a fazerem parte da solução.”
No último fim de semana, o Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar (ICBF), entidade oficial que protege crianças e adolescentes, já tinha se posicionado, afirmando que a música “+57” promove “conteúdos que incentivam a sexualidade desde a infância”.
Pedido de desculpas
Na versão da música divulgada no YouTube, a letra passou a ser cantada de forma diferente a partir desta quarta. O trecho criticado foi alterado para “una mamacita desde los eighteen” (“um mulherão desde os dezoito”).
Pelo Instagram, Karol reagiu às críticas na segunda-feira (11):
“Foi tirada de contexto a letra de uma música que pretendia celebrar a união entre artistas e colocar o povo para dançar. Nenhuma das coisas ditas na letra têm a intenção que disseram, nem foram ditas nessa perspectiva.”
A cantora continuou: “Mas eu escuto, assumo a responsabilidade e percebo que eu tenho muito a aprender. Estou muito abalada e peço desculpas de coração.”
Vencedora do Grammy de melhor álbum de música urbana em 2024, por “Mañana Será Bonito”, Karol G é considerada a maior voz feminina do pop latino. Em setembro deste ano, ela veio ao Brasil para se apresentar no Rock in Rio.
Pelo Instagram, Karol G pede desculpas após ter música criticada por sexualizar menores
Reprodução/Instagram
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