Lula Insiste em confrontar mercado: “Eu já venci eles”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou que a economia brasileira “vai dar certo”, enquanto desdenhou das opiniões do mercado financeiro, chamando-as de “bobagem” diária. Em entrevista à RedeTV!, exibida no domingo (10), Lula lançou um desafio: “Eu já venci eles [o mercado financeiro] e vou vencer outra vez”, uma afirmação que reforça seu histórico de embates com investidores e analistas.

Lula destacou a necessidade da participação popular no crescimento econômico, mas seus críticos apontam que a estratégia de confrontar o mercado pode trazer insegurança para investidores. “A economia vai dar certo porque o povo está participando do crescimento desse país”, disse o presidente, sem detalhar quais medidas práticas serão tomadas para esse envolvimento.

Ele também enfatizou que não assumiu a Presidência para observar um declínio econômico, mas sim para impulsioná-la: “Eu entro para fazer ela crescer”. Entretanto, especialistas questionam se a retórica de crescimento aliada a uma distribuição de renda agressiva pode ser sustentável sem gerar desequilíbrios fiscais. “Se a economia cresce 3%, esse crescimento tem de ser distribuído para todos os brasileiros e não ficar concentrado na mão de meia dúzia”, argumentou Lula, em uma visão que para muitos pode acenar com um viés populista.

O presidente também comentou sobre responsabilidade fiscal, afirmando que não é apenas tarefa do Executivo, mas também do Judiciário. “E quero saber se eles estão dispostos a fazer corte de gastos naquilo que é excessivo”, afirmou, deixando implícita uma crítica aos outros poderes. Lula cobrou igualmente o Congresso Nacional: “Eu quero saber também se o Congresso está disposto a fazer um corte nos gastos [deles], porque daí fica uma parceria e uma cumplicidade para o bem, para que todo mundo faça o sacrifício necessário para a gente colocar a economia em ordem”, declarou.

Por fim, Lula lembrou que o governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL), poderia ter evitado a “situação” atual se tivesse tido mais “vontade” de cortar gastos, embora não tenha mencionado as crises externas e internas que contribuíram para os desafios econômicos herdados.

 

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