Advogada denuncia estupro cometido por colega de profissão e aponta omissão da OAB-SE

A advogada Bruna Hollanda denunciou ter sido estuprada por um amigo e colega de profissão e apontou que a Ordem dos Advogados do Brasil em Sergipe (OAB-SE) foi omissa e não prestou nenhum tipo de assistência.

O relato da advogada foi publicado no Instagram na última terça-feira (19), onde ela também renunciou ao cargo de conselheira na seccional sergipana da OAB,  que ocupava desde 2022.

Hollanda relata que foi violentada fisicamente por um amigo e colega de profissão em 27 de janeiro deste ano. “Fui estuprada no dia 27 de janeiro por um colega conselheiro da OAB-SE, sócio e amigo do presidente pessoal do presidente. Pessoa de quem tinha inteira confiança, colega de conselho excepcional e amigo há mais de 8 anos”, diz.

No vídeo, a advogada não menciona detalhes do que teria acontecido na data em que fisicamente foi violentada, mas diz que quando decidiu procurar suporte da OAB-SE, uma série de acontecimentos a fizeram se sentir, neste segundo momento, com a “alma dilacerada”.

Hollanda descreve que desde que procurou o presidente do conselho da OAB-SE com a confiança de que a instituição daria o apoio imediato para enfrentar o que ela define como “terrível tragédia”, não recebeu o suporte adequado. Depois da primeira audiência, a mulher diz que protocolou uma representação oficial contra o agressor, que seria sócio do presidente da OAB-SE, o advogado Danniel Costa.

No relato, a advogada critica a atitude da instituição, afirmando que esta estava mais preocupada em preservar a própria imagem do que em ajudá-la. Ela alega que houve uma tentativa de proteger o agressor, inclusive com a presidente da comissão de direito e defesa da mulher da OAB-SE, que segundo o portal da OAB-SE, seria a advogada Carla Caroline de Oliveira Silva, atuando como advogada de defesa do acusado.

“Fiquei sem chão, na verdade, não queria acreditar no que via. Uma conspiração de poder o uso ostensivo ilegal da OAB para proteger e defender o meu agressor, acusado de estupro e sócio do presidente”, relatou.

O estopim para denunciar o caso e renunciar ao cargo no conselho aconteceu, segundo a advogada, quando o inquérito que tinha fotos íntimas da vítima, foi vazado. Além disso, uma fala sobre um suposto acolhimento que jamais aconteceu também irritou Hollanda.

“Concluo essa leitura dizendo que fui desrespeitada social, pessoal e institucionalmente. Fui violada, eu fui estrupada e eu não tive nenhum apoio e nenhuma garantia de ninguém, a não ser da minha família, das minhas advogadas e dos meus amigos”, finalizou.

O que diz a OAB

Em vídeo publicado na página oficial da OAB nas redes sociais, o presidente da OAB-SE, Danniel Costa lamentou a renúncia da advogada ao conselho e disse que adotou todas as medidas que estavam ao alcance da instituição.

Clara Arlene, secretária adjunta da OAB-SE também participou do vídeo e disse que a OAB fez tudo o que estava ao alcance da instituição. “A OAB adotou todas as medidas que estavam ao seu alcance. Inclusive com a instauração de processo disciplinar e imediato afastamento do conselheiro. No entanto, nada que a ordem fez e ainda fará conseguirá cicatrizar as dores vivenciadas por nossa colega. Reafirmamos à mesma que não lhe faltará o apoio moral psicológico e institucional por parte da nossa casa que permanece à disposição para o emprestar todo o apoio e acolhimento”, disse.

A CNN procurou novamente a OAB-SE para questionar pontos que não foram mencionados no vídeo e aguarda uma resposta.

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Fonte : CNN BRASIL

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