Donald Trump não ajudará Bolsonaro, diz Eduardo Cunha

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Ex-presidente da Câmara diz que agenda econômica dos EUA é mais importante e que foi “um grande erro” Eduardo Bolsonaro “ter se autoexilado por lá”

O ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha escreveu um artigo publicado por este Poder360 em que avalia ser estar “claro para todos” que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “não pretende interferir em nada no Brasil do ponto de vista político –para decepção de muitos que torciam por isso, esperando uma espécie de tábua de salvação contra o petismo”.

Para Cunha, “fica evidente […] que o único e verdadeiro objetivo de Trump é a obtenção de benefícios econômicos. A política, para ele, é absolutamente secundária”. O ex-presidente da Câmara em geral se posiciona no mesmo campo político de Bolsonaro. Mas acha que é inexistente hoje a chance de a Casa Branca retaliar o Brasil de alguma forma para evitar uma eventual condenação de Bolsonaro.

“É óbvio que [Trump] gostaria que o PT perdesse, assim como é óbvio que ele torce pela direita, mas nada substitui um bom acordo econômico, independentemente da posição política. Se o governo brasileiro fizer um bom acordo econômico com ele, é até capaz de ouvir elogios públicos. Em resumo, o seu discurso depende do bolso dos norte-americanos”, escreve Cunha no artigo “Trumpmania”, no qual também critica a forma com o norte-americano vem tentando recuperar o protagonismo dos EUA no cenário internacional político e econômico.

Cunha também critica a estratégia do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que pediu uma licença de 4 meses do mandato na Câmara e se instalou nos EUA. A decisão do congressista foi tomada quando havia risco de seu passaporte ser apreendido pelo Supremo Tribunal Federal, algo que não aconteceu.

Para Cunha, a estratégia do filho de Bolsonaro enfraqueceu o deputado como possível candidato ao Planalto em substituição ao pai: “Foi um grande erro de Eduardo Bolsonaro ter se autoexilado por lá, esperando que Trump aja para resolver a situação, o que absolutamente não fará. A única coisa que vai conseguir é uma fama ruim, além de ter de voltar ao fim dos 4 meses de licença, como derrotado no discurso, tornando mais difícil uma possível escolha do seu nome para a eleição de 2026”.

O fato de Trump ser um político conservador e com muitos aliados de direita “não provocará nenhuma atitude do governo norte-americano com relação à situação de Bolsonaro”, escreve Cunha. No máximo, os EUA poderiam conceder asilo político ao ex-presidente brasileiro.

“Aliás, ao conceder asilo político à mulher do ex-presidente do Peru, condenada por crime comum, garantindo-lhe um salvo conduto para deixar o país e enviando um avião da FAB para buscá-la, Lula mostrou ao mundo que, caso Bolsonaro venha a receber asilo político, ele não poderá negar um salvo conduto para que ele deixe o Brasil, caso essa seja sua escolha”, argumenta Cunha.

Credito Poder360

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Fonte:
Paulo Figueiredo

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