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A fumaça branca surgiu nesta quinta-feira (8) da Capela Sistina para anunciar ao mundo a eleição de um novo líder para a Igreja Católica. O cardeal Robert Francis Prevost, nascido em Chicago, foi escolhido para suceder o Papa Francisco e adotará o nome de Leão XIV. Com 69 anos, Prevost se torna o primeiro papa norte-americano da história da Igreja e o primeiro vindo de um país de maioria protestante.
Prevost foi eleito com pelo menos 89 votos entre os 133 cardeais presentes no conclave — superando com facilidade a exigência de dois terços da assembleia. A escolha marca uma guinada histórica, mas não necessariamente uma ruptura: o novo pontífice é visto como um continuador da linha reformista e progressista que caracterizou o pontificado de Francisco.
Apesar de sua origem nos Estados Unidos, Prevost construiu grande parte de sua trajetória na América Latina, especialmente no Peru, onde atuou como missionário durante dez anos — inclusive em meio ao regime autoritário de Alberto Fujimori. Conhecido por seu perfil discreto e voz tranquila, Prevost evitou confrontos políticos diretos, mas chegou a cobrar publicamente o governo peruano por violações de direitos humanos.
Antes de ser eleito, Prevost ocupava duas funções centrais na Cúria Romana: era prefeito do Dicastério para os Bispos — órgão responsável pela escolha e nomeação dos novos bispos — e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina. Sua influência nos bastidores do Vaticano já era reconhecida, mas ele sempre manteve distância dos holofotes.
Formado em Teologia e Direito Canônico, com estudos em Roma, Prevost ingressou na vida religiosa aos 22 anos e foi ordenado sacerdote em 1982.
A escolha de Prevost é histórica pela origem geográfica, mas a substância deve seguir o mesmo roteiro reformista de Francisco. Internamente, é visto como alguém comprometido com a descentralização da Igreja e a promoção de uma hierarquia mais “aberta ao diálogo”.
A escolha também é interpretada como um recado aos setores conservadores que esperavam uma correção de rumo no Vaticano: a Igreja continuará voltada para pautas como imigração, justiça social e tolerância religiosa, alinhada à visão progressista dos últimos anos.

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Fonte : Hora Brasilia