Acompanhei toda a Audiência Pública – contando os 17 minutos de atraso.
Para ser mais exato, 1h49 de discursos e discussões.

Fui o primeiro a entrar no canal da TV Legislativa no Youtube.
Ao longo da transmissão (que terminou às 21h36), foram 57 visualizações – 264 acessos até esta sexta-feira (15).

Não fui na Câmara porque tinha um compromisso até às 19h15.
Poderia ter faltado.
Me adequado.

Mas não fiz muita força.
Pois não ficaria à vontade.
E também acho que não seria bem-vindo por alguns torcedores.
Vai lá que rola uma treta desnecessária.
Melhor evitar atrito.

Há tempos evito participar de encontros.
Principalmente quando há conotação política (é difícil um que não tenha).
Raramente vou em ações de equipes amadoras e profissional como feijoadas, macarronadas, pasteladas, hamburgadas, costelaços…
É uma escolha.
No fim, racionalmente, foi um erro.
Afinal, um cara que lida com o esporte há mais de 30 anos deveria bater ponto, marcar território, socializar.

Também não fui até “a casa do povo” por entender que a reunião não surtiria o efeito imediato a que se propõe.
O que de fato ainda não se confirmou.
O estádio do Sesi não foi liberado para a disputa da Série B – que começa dia 26 de maio.

Anotei todos os detalhes, fiz meus garranchos, produzi matéria no dia seguinte para a NDTV, estou escrevendo sobre o tema…
Só que continuo me culpando.
Teve gente, é verdade, bem mais importante e decisiva no processo, que fez pior do que eu.
Não foi.
Nem enviou representante.

Mesmo assim, vacilei.
Fiquei sem moral e sem crédito, para cobrar as ausências de fulano, beltrano ou ciclano.
Sou cúmplice.
Faço parte da mesma hipocrisia, da mesma politicagem, da mesma indiferença com que o tema foi tratado por quem não foi.

Cumprimentos a quem teve a iniciativa (Ailton de Souza), a quem integra a Comissão de vereadores, criada para discutir a municipalização (parte dela esteve na última quinta-feira na sede da Fesporte em Florianópolis) e àqueles que debateram e brigaram pela causa.

Os que não foram, que inventaram desculpas esfarrapadas (como eu, indiretamente), que nem justificaram suas faltas, são dignos de menosprezos.

A propósito, nenhuma modalidade, além do futebol, se fez presente.

Nenhuma!

Ninguém enviou um porta-voz sequer.

No geral, a classe política e empresarial não está nem aí para o futebol – para o esporte como um todo.
Basta ver o que o Bluvolei vem passando.
Dois meses de salários atrasados.
A verba de R$ 1,5 milhão prometida pela Fesporte não foi liberada.
Que está impactando diretamente no rendimento do time e no iminente rebaixamento.

Futebol e vôlei.
São situações parecidas.
Ambos (Apan e Joinville também estão sem receber a verba) foram reféns de promessas.
Ninguém resolveu o problema.
Nosso representante na elite do vôlei brasileiro teve de fazer um Pix Solidário para tentar repassar algum trocado para as meninas e comissão técnica.
Uma humilhação nacional.
Que o projeto não merece passar.

As fotos, que vêm a seguir, são o quadro fidedigno do descaso e da indiferença de boa parte dos “nossos representantes”.

Foram dos torcedores as melhores e mais autênticas manifestações.

Me senti como eles.

Indignado, revoltado, puto com o desprezo, com o faz de conta.
De saco cheio com o joguinho manjado e raso.

Que não anulam, no contexto geral, a suposta conversa entre governador e Fiesc.
Da possível liberação dos R$ 30 milhões para a compra do Sesi, no próximo dia 6 de abril.
A tal garantia de Jorginho Mello (PL).

Que recebeu no 2º turno em Blumenau 153.543 votos (75,49%).
Contra 49.842 votos (24,51%) de Décio Lima (PT).

Endosso que só terá validade se até o dia 20 (a Federação aumentou o prazo novamente) for dado o aval e o sinal para que as obras no estádio, de fato, comecem.
Foram as duas informações (extraoficiais) que surgiram no começo da tarde de hoje.

Haja paciência para suportar tamanha enrolação.
Emerson Luis é jornalista. Completou sua graduação em 2009 no Ibes/Sociesc. Trabalha com comunicação desde 1990 quando começou na função de setorista na Rádio Unisul – atual CBN. Também atua como apresentador, repórter, produtor e editor no quadro de esportes do Balanço Geral da NDTV Blumenau. Além de boleiro na Patota 5ª Tentativa.


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