‘Crime da Berrini’: Viúva condenada por mandar matar o marido pede redução de pena por ter lido livros na cadeia


Pedido acontece menos de 1 semana depois de a Justiça negar um outro pedido de remição por aprovação no Enem. A detenta cumpre pena em Tremembé, no interior de SP. Luiz Eduardo de Almeida Barreto e a mulher Eliana Freitas Areco Barreto; professora é acusada de planejar com seu amante o assassinato do marido
Reprodução/Arquivo pessoal
Condenada a 21 anos de prisão por mandar matar o marido, no caso que ficou conhecido como ‘Crime da Berrini’, a professora Eliana Freitas Areco Barreto pediu à Justiça uma nova redução de pena nesta terça-feira (24).
Desta vez, o pedido é para que a Justiça elimine 16 dias da pena inicial. O motivo alegado pela defesa de Eliana é de que ela leu quatro livros. São eles:
“Inocêncio e o Início da Jornada”, de Valdi Ercolani;
“Longe Como o Meu Querer”, de Marina Colasanti;
“A Metamorfose”, de Franz Kakfa; e
“A Febre do Amanhecer”, de Péter Gardos.
Pela lei, o detento tem a possibilidade de receber redução de quatro dias na pena para cada livro que lê. Como a presa alega ter lido quatro livros, teria direito ao abatimento de 16 dias de pena, caso o pedido seja acatado pela Justiça. A solicitação ainda deve ser avaliada por um juiz.
Acusada de matar marido em SP diz que não planejou o crime
O pedido acontece menos de uma semana depois de a Justiça negar um pedido anterior de redução de pena para Eliana. Na ocasião, a defesa havia pedido a eliminação de 80 dias pela aprovação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas a Justiça negou, afirmando que o benefício deve ser concedido somente para quem concluiu o Ensino Médio durante o cumprimento da pena.
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Ainda de acordo com a Justiça, não há sentido em Eliana Barreto fazer a prova, já que ela já tem ensino superior completo, que foi concluído antes mesmo do crime.
“Do contrário, estaria se beneficiado a sentenciada com a remição de suas penas toda vez que realiza o ENEM com aprovação”, argumenta a Justiça.
Atualmente, Eliana Freitas Areco Barreto está presa em regime semiaberto, na Penitenciária “Santa Maria Eufrásia Pelletier”, a P1 Feminina de Tremembé (SP).
O g1 acionou a defesa de Eliana Barreto e aguarda um retorno.
A vítima Eduardo Barreto e a mulher dele, Eliana Barreto, condenada por participar da morte do marido
Reprodução/Facebook
Condenação
Inicialmente, a professora Eliana foi condenada a 24 anos de prisão, por homicídio doloso triplamente qualificado: pagar pelo crime, motivo torpe e dissimulação. Além disso, foi considerado o agravante do crime ter sido cometido contra o marido. O julgamento aconteceu em dezembro de 2020.
Em 2022, porém, a Justiça acatou um pedido da defesa da professora e reduziu a pena para 21 anos, 4 meses e 15 dias de prisão.
Imagem de arquivo – Corpo de homem assassinado ao voltar do almoço na região da Avenida Luís Carlos Berrini
Glauco Araújo/g1
O crime
O Ministério Público (MP) acusou Eliana e o amante dela, o inspetor de segurança Marcos Fábio Zeitunsian, de contratarem o pistoleiro Eliezer Aragão da Silva por R$ 5 mil para simular um assalto e matar Luiz Eduardo.
A vítima foi morta a tiros na tarde do dia 1º de junho de 2015, quando voltava do almoço com um colega de trabalho, na rua James Watt, uma travessa da Avenida Luis Carlos Berrini, no Brooklin, área nobre da Zona Sul. O caso ficou conhecido como “crime da Berrini” numa referência à avenida.
Gerente de empresa é executado durante um assalto na zona sul da capital
De acordo com a Promotoria, o casal de amantes Eliana e Marcos decidiu mandar matar Luiz Eduardo porque a mulher queria se separar do empresário. Os dois planejavam se casar, morar juntos e ficar com o dinheiro da herança da vítima para abrir um negócio para o inspetor, segundo a acusação.
A professora e o empresário moravam em Aparecida, no Vale do Paraíba, mas ele trabalhava na capital. O casal teve dois filhos. Após o crime, a vítima foi enterrada em Guaratinguetá.
Confira aqui a condenação do amante de Eliana e do homem contratado para executar o crime
Câmera gravou momento em que Eliezer Silva (à direita) atira em Luiz Eduardo (à esquerda).
Reprodução/Arquivo/TV Globo
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