Repleto de baianidade, “Caladinho”, novo single de Casmurro, chega com videoclipe que retrata o clima de salvador

Casmurro

O samba-reggae conseguiu unir duas expressões culturais de afrocultura em perfeita harmonia
como se tivessem sido criadas para se encontrarem aqui no Brasil. Talvez seja a baianidade mais
difundida no resto do país, como uma assinatura de toda criatividade possível à capital negra
brasileira. É dentro de um caldeirão de influências afro que surge o cantor e compositor
Casmurro e seu single “Caladinho”, faixa que começou a tomar forma em parceria com o
produtor Marcelo Santana e foi produzida e mixada por Henrique Andrade (produtor de artistas
como Justin Bieber, Zayn Malik e Juanes) e Gustavo Costa (Zayn). A faixa chega às plataformas
no dia 14 de março junto com videoclipe.

“Caladinho” abre uma sequência de lançamentos que vai culminar no EP “Sonora Teimosia”,
trabalho que vai mostrar o resultado completo das experimentações do compositor baiano, no
que ele define como um “quebra-cabeça de ideias”. Acrescentando energia a este quebra-cabeça,
a faixa teve como guitarrista Jotaerre, ex-integrante da banda Psirico e que já tem quatro álbuns
gravados em carreira solo, parcerias com Chibatinha (ÀTTOOXXÁ), a cantora Andrea Caldas, e
já foi integrante da lista de melhores do ano pela crítica especializada.

O artista coloca no mundo uma canção enérgica e vibrante, que vem para agregar a sempre
efervescente cena musical de Salvador. “Esse som é sobre a importância de se resguardar, evitar
exposição desnecessária, que muitas vezes só servem como exaltação da vaidade. É sobre focar
no que realmente importa, em atitudes sobressalentes que nos torna melhores seres humanos”,
conta o cantor que teve a faixa mixada e finalizada em Los Angeles por Henrique e Gustavo.

“Esse projeto do Casmurro foi muito muito excitante porque assim que a gente ouviu as
referências, bateu num lugar muito comum. Ele traz uma parada bem legal, dessa referência que
a gente cresceu nos anos 80. Chico Science, Nação Zumbi, O Rappa, Charlie Brown Jr., os
Raimundos, são coisas que foram muito importantes para pontuar as atmosferas que a gente
estava buscando para esse som e foi fácil. O Casmurro é um cara muito artista, ele é muito
autêntico, muito genial”, conta o premiado Henrique Andrade.

Após gravar a primeira versão da canção no Estúdio Aquaheltz, do produtor Marcelo Santana, no
bairro da Liberdade, Casmurro entregou “Caladinho” para polimento final nas mãos dos
produtores Henrique Andrade e Gustavo Costa, que fizeram a mixagem do som em Los Angeles
e Cazaquistão. “Então, esse projeto com o Casmurro me traz uma vibração muito forte, porque
eu já estou fazendo produção há muito tempo e acho que eu nunca encontrei um cantor que
tivesse tanta autenticidade quanto o Casmurro. E o engraçado é que o Casmurro, você ouve a
primeira vez, você fala, ah, eu já ouvi um cara que faz essa voz aí, não sei em que banda’. E
depois de um tempo, se você parar para ouvir mais, você começa a entender que não. O grande
lance é que você se familiariza com ele porque parece que você está em casa e para mim,que
estou aqui no Cazaquistão, foi um presente sentir aquela sensação de casa, e na real, não, você
está simplesmente no meio do deserto, você nunca ouviu aquilo ali. O Casmurro é foda, de
verdade. E ele é uma figura também, né?”, diz empolgado Gustavo, que fez toda a produção à
distância de Almaty, cidade cazaquistanesa.

O clipe de “Caladinho” chega carregado de referências baianas, um reforço de identidade do
cantor. O diretor Igor Albergária dirigiu o audiovisual em parceria com o artista e ambos
quiseram que o debute em clipe do compositor trouxesse as características quentes de Salvador e
de formas muito africanas. “A gente brincou muito nesse lugar de escolher as melhores locações
e os cenários que mais tinham características de identificação com o Casmurro. É o lugar em que
ele nasceu, vive e transita muito bem. Ele é um cara muito comunicativo e através da música
dele, enquanto gravamos, vimos as pessoas curiosas, parando para ver o que estava acontecendo,
escutar aquela música que era algo novo para todo mundo”, comenta Igor.

Conversando mais com as tradições do mestre Neguinho do Samba, Mestre Jackson, Mestre
Prego e Olodum, mas conferindo ao som uma contemporaneidade eletrônica vista em grupos
como Ramiro Mussoto, Buraka, e Baianasystem, Casmurro traz para sua música a intuição que
carregou desde que acompanhava os ensaios de uma banda de samba-reggae no quintal da casa
da avó. Convicto em fazer música, foi vocalista de uma banda de rock até que as constantes
audições de mestres do reggae nos vinis do pai o pegaram.

“Durante cerca de 5 anos, mergulhei profundamente no universo do reggae no recôncavo
baiano. Essa jornada foi marcada por um processo de aprendizado incrivelmente
enriquecedor. No entanto, chegou o momento em que decidi deixar a banda, motivado a criar
algo que pudesse abranger todas as minhas influências e as paisagens sonoras que vêm se
moldando desde a minha infância. Desde os ritmos dos tambores, que aprendi a apreciar no
quintal da casa da minha avó, até as influências dos eventos underground da minha
adolescência com a banda de garagem, passando pelas apresentações com a banda de reggae,
e principalmente pelas vivências no centro histórico de Salvador. Cada um desses percursos
que trilhei contribuiu para a construção do meu primeiro single” – Casmurro
O artista baiano preza pela autenticidade e pela reverência sincera às suas referências musicais e
este lançamento é um belo cartão de apresentação. “Caladinho fala sobre como eu enxergo o meu
mundo. O silêncio pra mim é uma ferramenta estratégica. Há momentos na vida que é
importante silenciar. Não por submissão, mas como forma de preservação da nossa integridade, a
fim de evitar exposição desnecessária. Em silêncio observamos os movimentos ao nosso redor e
principalmente os nossos próprios movimentos”, finaliza Casmurro.

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