Chevrolet S10 elétrica é raridade e teve menos de 500 unidades produzidas

Embora tenha se tornado uma tendência recente, a história dos carros elétricos é bem antiga. Em 1828, o húngaro Ányos Jedlik foi um dos primeiros a desenvolver um motor elétrico e testá-lo em um veículo. Anos mais tarde, até Ferdinand Porsche e Henry Ford chegaram a construir seus próprios carros movidos a energia elétrica. No Brasil, a Gurgel foi pioneira no ramo, lançando o Itaipu em 1975.

Na década de 1990, a General Motors iniciou suas pesquisas no ramo dos carros elétricos, dando origem ao EV1, lançado em 1996. Embora ele seja o mais conhecido, principalmente por não ter dado certo e hoje em dia ser uma raridade, a montadora adaptou seu projeto para uma caminhonete muito conhecida por todos nós: a S10.

Chevrolet S10 Elétrica 1997
A mecânica vinha do EV1, primeiro carro elétrico vendido em massa nos EUA / Divulgação/Chevrolet

Se hoje a GM tenta brigar no mercado de picapes elétricas com a Hummer EV e a Chevrolet Silverado elétrica, há 27 anos atrás a montadora era pioneira no ramo. A S10 Electric aproveitava o mesmo trem de força do EV1, porém, adaptado para o chassi de longarinas.

Isso significa que a picape tinha tração dianteira – diferente das versões a gasolina com tração traseira – e 115 cv vindos de um único motor elétrico. Embora tivessem o trem de força, o EV1 tinha potência maior, de 135 cv. A redução foi necessária para não sobrecarregar as baterias, que tinham que dar conta do maior peso e arrasto da picape.

Por falar nas baterias, o conjunto era o mesmo de chumbo-ácido do EV1, fornecendo 16,2 kWh de energia e alcance de aproximadamente 80 km, dependendo do uso. Ao todo, a S10 elétrica pesava 1.360 kg, mas só a bateria era responsável por 635 kg.

Chevrolet S10 Elétrica 1997
A entrada de carregamento ficava atrás da placa dianteira / Divulgação/Chevrolet

Por ser uma picape, a S10 não atingia os mesmos números do EV1. De acordo com a GM, o modelo podia chegar a até 114 km/h, enquanto o cupê ia até 129 km/h. O tempo de aceleração também era menor, com a caminhonete levando 13,5 segundos para ir de 0 a 80 km/h. Já o EV1 precisava de apenas 9 segundos para chegar aos 100 km/h.

Assim como o EV1, a S10 também recebeu o pacote de baterias de hidreto metálico de níquel (Ni-MH). Essa nova tecnologia pesava 403 kg e fornecia 29 kWh para o motor. A mudança aumentava o alcance da picape para cerca de 150 km, enquanto o tempo de aceleração de 0 a 80 km/h caía para 10,5 s.

Interior da Chevrolet S10 Electric
Por dentro, quase tudo era perfeitamente igual ao da S10 a combustão / Reprodução/Facebook

Embora fosse totalmente diferente, quem olhasse pelo lado de fora pensaria que aquela era um S10 cabine simples normal. O detalhe que a diferenciava dos modelos a combustão era a inscrição “Electric” na lateral.

Quem estivesse mais atento, ainda poderia perceber o bocal para o sistema de carregamento “Magne Charge”, desenvolvido pela Delco, uma subsidiária da GM, atrás da placa dianteira. Graças a essa tecnologia, a S10 com a bateria de chumbo demorava cerca de cinco horas para chegar aos 100%, enquanto a bateria de níquel levava oito horas, aproximadamente.

Do lado de dentro, a única mudança era no quadro de instrumentos analógico, que tinha um indicador para a carga da bateria, substituindo o do tanque de combustível, além de um relógio que indicava a quantidade de energia gasta nas acelerações e regenerada nas frenagens, assim como os carros elétricos modernos.

Quadro de instrumentos da S10 elétrica
Quadro de instrumentos tinha mostradores para a regeneração de energia e carga da bateria / Reprodução/Facebook

A GM produziu ao todo 492 unidades da S10 elétrica entre 1997 e 1999, mesmo ano em que o EV1 também foi descontinuado. Ambos os veículos foram oferecidos por aluguel pela própria montadora, e a picape tinha preço de US$ 33.305. Porém, por se tratar de um carro de trabalho, cerca de 60 unidades foram vendidas para frotistas.

capô s10 elétrica
Recentemente, uma unidade da S10 elétrica apareceu à venda no Facebook, mas sem a bateria original / Reprodução/Facebook

Essas, provavelmente, são as únicas sobreviventes, já que as unidades que voltaram para o aluguel foram destruídas pela montadora junto com os EV1. Uma delas, a de número 145, foi encontrada pelo site The Drive e colocada à venda no Facebook Marketplace.

O proprietário pedia US$15.000 pela S10, mas a picape não tinha mais a bateria de chumbo, que foi retirada por ter parado de funcionar, além de ter perdido a tampa da caçamba. Por outro lado, o carregador Magne Charger permaneceu intacto, o que pode ser de alguma ajuda para os restauradores que queiram preservar a originalidade do modelo.

source
Fonte : CNN BRASIL

Adicionar aos favoritos o Link permanente.