O Banco Central do Brasil (BC) foi eleito como a melhor autoridade monetária do ano pelo Central Banking Awards 2024, premiação da revista Central Banking. O resultado foi divulgado nesta terça-feira, 12.
A publicação elogiou a independência da autoridade monetária brasileira em relação aos desafios enfrentados com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destacando também sua transparência, comunicação digital e compromisso com o clima.
“O Banco Central do Brasil melhorou a sua transparência e sua comunicação, reformou suas abordagens às intervenções cambiais e apoiou a estabilidade financeira”, disse a revista. “Transformou digitalmente seus próprios processos, poliu suas credenciais de inclusão ambiental e financeira, ao mesmo tempo em que atualizou seu ecossistema de pagamentos instantâneos, incluindo esforços para incorporar um ‘real digital’ em sua estrutura arquitetônica”
Segundo informações publicadas no portal IstoÉ Dinheiro, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou por meio de nota que a premiação é um reconhecimento da excelência do corpo técnico da instituição. Ele também ressaltou que o trabalho tem contribuído para a estabilidade do poder de compra da moeda e para a solidez e a eficiência do sistema financeiro brasileiro.
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A premiação ocorre em meio ao retorno das críticas de Lula ao trabalho de Campos Neto no BC. Em 2023, ele fez ataques frequentes ao presidente da instituição e à proposta de autonomia do Banco Central. Em entrevista ao canal SBT, que foi ao ar na segunda-feira 11, o petista criticou o ritmo de cortes da taxa de juros. Atualmente, a Selic está em 11,25% ao ano.
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Na ocasião, Lula disse que não há nada além da “teimosia” de Campos Neto para manter os juros nesse patamar. O presidente voltou a chamar o chefe da autoridade monetária de “esse cidadão”, e disse que ele está contribuindo para o atraso do crescimento econômico do país.
Campos Neto permanece defendendo autonomia do Banco Central

Mesmo com críticas e ataques do governo Lula, Campos Neto continua defendendo a autonomia do BC. Na segunda-feira 4, o economista se posicionou a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia a autonomia da instituição, enquanto palestrava no Conselho Político e Social da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
De acordo com informações publicadas no portal Poder360, pelo texto da PEC, o banco se tornaria uma empresa pública com total autonomia financeira e orçamentária, sob supervisão do Congresso Nacional e com poder de polícia. O presidente do BC acredita que a instituição precisa ter orçamento próprio, para fazer melhorias em seu quadro de funcionários e nos processos administrativos.
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Campos Neto afirmou que o Banco Central fez, em 2021 e 2022, o maior ciclo de aperto monetário em período eleitoral entre todos os países emergentes, o que também classificou como uma tarefa que não é fácil de executar, visto que houve aumento de juros no período do pleito. Para o economista, o tempo da política monetária é diferente da política brasileira e que, por isso, a autonomia funciona.
“A gente vê o BC cada vez mais inserido no mundo de tecnologia e digitalização”, disse Campos Neto. “É preciso ter um quadro com capacidade administrativa mais comparável ao setor privado.”
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Fonte : Revista Oeste