Após reunião com Zema, Lula planeja voltar a Minas Gerais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltará, ainda este mês, para Minas Gerais. A agenda foi anunciada pelo ministro Rui Costa, da Casa Civil, um dia após o governador mineiro, Romeu Zema (Novo), visitar o Palácio do Planalto.

O Planalto está fechando os detalhes para a viagem ser conciliada também um anúncio de mais 100 institutos federais de educação, previsto para terça-feira (12/3), e um “giro pelos estados do agro” até abril.

O presidente desembarca na cidade mineira de Serra do Salitre na quarta-feira (13/3) para participar da inauguração do complexo industrial da empresa Eurochem, voltado à produção de fertilizantes.

Lula esteve em Minas Gerais pela primeira vez neste terceiro mandato no início de fevereiro, para um evento de anúncio de investimentos para o estado. A chegada do presidente não foi recepcionada pelo governador, como é de costume, porque Zema cumpria uma agenda em Brasília.

Mas Zema ainda encontrou Lula e, ao dividirem o palco, o governador falou sobre aprender a conviver e trabalhar “com quem pensa diferente”. Em março, os dois tornaram a se encontrar, em outra passagem de Zema pela capital federal, quando o mineiro reforçou o discurso conciliador.

“O presidente, tanto quanto eu, somos democratas. Acreditamos na democracia e, divergência de opinião, nós temos até com o cônjuge, o que dizer então com os demais”, afirmou.

Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do país, atrás apenas de São Paulo, e teve papel fundamental na última eleição de Lula. A demora para prestigiar o estado com uma agenda oficial pode ter sido pelas tratativas com Zema, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O político do Novo endossou a candidatura de Bolsonaro contra Lula em 2022 e é cotado para disputar o próximo pleito eleitoral, já que o ex-presidente continuará inelegível até lá. Dessa forma, Zema poderá bater de frente com o petista pela Presidência em 2026.

Aproximação em ano eleitoral

Uma das metas do presidente este ano é reforçar a presença em diversos estados e regiões do país, durante o ano de eleições municipais.

Em evento no Palácio do Planalto, na última semana, Lula falou para os prefeitos e governadores se prepararem para discutir “os principais problemas” de cada local, em mais um discurso de aproximação e diálogo independente de filiações partidárias.

“Na hora de embarcar no avião, não quero saber o partido do governador. Quero saber se o estado tem necessidade e o governo federal pode contribuir”, afirmou.

Os giros de Lula pelo país são importantes para o PT, que ainda precisa consolidar nomes competitivos para as eleições municipais de outubro.

Apesar disso, publicamente, o presidente tem dito estar “cedo para a gente discutir” candidaturas. Em fevereiro, Lula falou ter “gratidão” ao prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), “porque ele me apoiou em 2022”.

No entanto, como disse o petista, o partido cogita lançar a candidatura do deputado federal Rogério Correia em Belo Horizonte. “O Rogério é um homem público de Minas Gerais, muito conhecido, muito lutador, é um batalhador incansável”, elogiou.

“Tem total possibilidade de ser candidato a prefeito. O que nós temos que trabalhar é sempre com a perspectiva de quem que nós vamos enfrentar, mais a direita, mais conservador, para que a gente possa não cometer o erro de entregar Belo Horizonte outra vez a uma pessoa extremamente de direita ou um fascista. É isso que nós temos que pensar”, disse.

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Por Metrópoles

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