União Europeia: concessão de cidadania a brasileiros cresce 26%

Em 2022, os brasileiros estiveram na lista das dez nacionalidades do mundo que mais obtiveram cidadania europeia. Foram quase 26 mil concessões, o que representa um aumento de 26% em relação a 2021. Desse total, cerca de 70% das cidadanias para brasileiros foram concedidas pelos países Itália e Portugal.

O Brasil está na sétima posição na lista de cidadãos que emigraram por causa de guerras, conflitos internos ou dificuldades econômicas. Os dados foram divulgados pelo Eurostat, instituto de estatísticas da União Europeia.

Os números brasileiros foram impulsionados pela Itália. Isso porque, em 2022, o país concedeu 11,2 mil cidadanias a pessoas do Brasil; número que representa mais do que o dobro do ano anterior. Porém, o Eurostat não revela o modo como as cidadanias são obtidas.

Os beneficiados pela cidadania italiana obtêm a documentação devido ao direito de sangue — ius sanguis, em latim. Em 2022, 83% das cidadanias concedidas a brasileiros seguiram esse critério.

Cidadania de brasileiros para a União Europeia

Conforme a legislação italiana mais recente, de 1992, a cidadania concedida pelo critério sanguíneo não tem limite de gerações. Há no Brasil cerca de 30 milhões de descendentes de italianos, isso em função da imigração massiva ocorrida entre 1870 e 1920. Nesse período, cerca de 1,4 milhão de italianos entraram no Brasil.

Os números mostram que, para todas as nacionalidades beneficiadas, a Itália alcançou os indicativos mais elevados na sua história, posicionando-se como o país que mais garantiu cidadanias na União Europeia — foram 213,7 mil. Na sequência vêm Espanha, Alemanha e França. Portugal, um dos principais destinos dos brasileiros, está em oitavo lugar, com 20,8 mil.

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No caso de Portugal, os cidadãos brasileiros são os maiores beneficiados, isso porque a pátria-mãe fez 6,4 mil concessões. Esse grupo representa 31% de todos os estrangeiros da União Europeia que se tornaram cidadãos portugueses. Na Itália, os brasileiros representam o quarto maior grupo, atrás dos albaneses, marroquinos e romenos — os argentinos estão em quinto lugar.

Desde o início da série histórica, em 2017, as quase 26 mil concessões de cidadania a brasileiros representam o maior número já registrado. Nesse período, os emigrantes do Brasil sempre estiveram entre os dez maiores beneficiados.

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