Mancha de fogo na Amazônia se estende por mais de 500 km de comprimento

Imagens captadas pelo satélite europeu Copernicus revelam uma mancha de fogo de mais de 500 quilômetros de extensão avançando sobre a Amazônia. O fenômeno, que foi observado intensamente na quinta-feira (29), afeta os estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de partes do Peru, Bolívia e Paraguai.

De acordo com o programa BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), desde o início do ano até agora, a Amazônia já registrou mais de 61 mil focos de queimadas, enquanto o Pantanal acumula quase 9 mil. Esses números alarmantes são parte de um contexto mais amplo de incêndios que afetam a região.

Os estados mais impactados apresentam situações críticas:

• Mato Grosso declarou emergência após registrar 24.880 focos de incêndio.
• Amazonas também está em estado de emergência devido a 14.483 focos.
• Mato Grosso do Sul e Rondônia enfrentam números crescentes de incêndios, impulsionados pela prolongada seca.

Leonardo Vergasta, meteorologista da Universidade do Estado do Amazonas, explicou que a mancha de fogo é um indicativo da alta concentração de dióxido de carbono na atmosfera, exacerbada pela seca severa que atinge a região. A falta de chuva e as altas temperaturas tornam a vegetação extremamente suscetível a incêndios, muitas vezes provocados pela ação humana.

A pesquisadora Ane Alencar do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) destacou que os rios voadores, corredores de massas de ar que transportam umidade, também estão dispersando a fuligem das queimadas para outras partes do Brasil. Ela ressaltou o papel crucial da Amazônia no equilíbrio climático e ambiental do país e alertou sobre os riscos de ciclos mais frequentes de queimadas.

O governo federal liberou mais de R$ 450 milhões para combater os incêndios e regulamentou o manejo integrado do fogo. Além disso, brigadas federais temporárias foram autorizadas para ajudar na prevenção e combate aos incêndios em 19 estados e no Distrito Federal.

Essa série de incêndios na Amazônia e no Pantanal destaca a necessidade urgente de políticas eficazes de gestão ambiental e combate ao desmatamento para preservar esses biomas vitais.

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