MPSP denuncia acusado de matar soldado da Rota no litoral de SP

São Paulo — O homem acusado de matar o soldado Samuel Wesley Cosmo, em 2 de fevereiro, em Santos, no litoral de São Paulo, foi denunciado por homicídio nesta segunda-feira (11/3) pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP). O crime contra o policial das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) foi o estopim para a fase atual da Operação Verão, com 40 mortos até o momento.

O suspeito de matar Cosmo é Kaique Coutinho do Nascimento, 21 anos, conhecido como Chip. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), ele teria confessado informalmente o crime após ser preso em 14 de fevereiro, no Shopping Park, em Uberlândia, no interior de Minas Gerais. O momento do disparo foi flagrado pela câmera corporal do policial da Rota.

Na denúncia, o MPSP pede a condenação de Nascimento por organização criminosa majorada pelo emprego de arma de fogo e por homicídio com cinco qualificadoras: motivo torpe, finalidade de garantir a impunidade de outros delitos, impossibilidade de defesa da vítima, crime contra agente de segurança pública e uso de armamento restrito (o disparo foi dado com uma pistola 9mm).

A Promotoria do Júri de Santos diz que o assassinato de Cosmo ocorreu para “assegurar a impunidade pelos crimes de tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo praticados pelo acusado”. Na denúncia, o promotor ainda requereu que a prisão temporária do homem seja convertida em preventiva.

A morte de Cosmo durante uma incursão em uma comunidade de Santos deu origem à fase atual da Operação Verão, que é criticada pela Ouvidoria das Polícias e por entidades de defesa de direitos humanos. Policiais militares são acusados de cometer execuções sumárias e de uma série de violações aos direitos humanos.

O MPSP já recebeu relatório que aponta irregularidades na ação policial e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi denunciado à Organização das Nações Unidas (ONU) por causa da escalada na letalidade policial. Questionado, o governador disse não estar “nem aí”.

“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade em relação ao que está sendo feito. E aí, o pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta, e eu não estou nem aí”, disse Tarcísio.

Sempre que questionada, a SSP diz que não há irregularidade na operação policial.

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Por Metrópoles

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