A possibilidade da volta dos jogos no Sesi foi o tema das duas últimas publicações aqui na coluna.
Havia escrito, ano passado, que só voltaria a destacar o assunto se houvesse algo concreto.
De fato existe.
Ou melhor, existiu.

Só que não foi uma semana de notícias animadoras.
Predominou um silêncio angustiante e preocupante dos dirigentes dos dois clubes.
Sem contar que ninguém foi chamado para fazer a manutenção do estádio (essa era a tendência pela aproximação da data limite).
Comecei a suspeitar que o pior estava por vir.

O mutismo foi “abafado” por uma audiência pública na Câmara de Vereadores.
Para discutir o cenário atual do Complexo Esportivo Bernardo Werner.
Dando a entender, por meio de um áudio do autor da proposta, que andou circulando por esses dias, que o encontro, com a presença em massa de torcedores, seria vital para pressionar os dirigentes da Fiesc e, consequentemente, liberar o campo.

Sempre vou defender, em qualquer circunstância, que é melhor pecar pela ação do que pela omissão.
No entanto, a reunião da próxima segunda-feira (11) soa oportunista.
Ailton de Souza afirmou que vai fazer uma moção de apelo (assinada pelos 15 vereadores) para tentar sensibilizar os empresários.

Mesmo com o tempo se esvaindo.
Mesmo tendo conhecimento que o sistema S pretende “se livrar” de toda aquela gigante estrutura.
A ideia é vender.
E não arrendar.

O que fez, não vamos ser injustos, por muito tempo.
Desde a década de 80 (o estádio foi inaugurado em dezembro de 1978).
Queiram ou não, o Sesi sempre foi parceiro do futebol profissional – e de várias modalidades.
Deixou de ser em 2019.
Cansado, ao longo dessa trajetória, de tomar calote.
De sofrer uma saraivada de criticas por cobrar “caro” o aluguel – R$ 10 mil.
Além, imagino eu, de já ter tomado a decisão de negociar o local.

O município, os políticos, os clubes, os dirigentes, os empresários…

Ninguém teve competência, influência e vontade para construir um estádio.

Projetos e maquetes não faltaram.

A cidade ficou refém do Sesi.
Achando que a parceria seria eterna.

A posição do presidente Mario Cezar de Aguiar é irredutível.
Torcedores do Metropolitano (do Blumenau, não tenho informação), bombardearam o Instagram do engenheiro.
Pedindo a liberação.

A resposta que um deles me repassou, no começo da noite, foi a pá de cal que faltava para enterrar nossas esperanças.

Já era!
O Metropolitano, pelo quinto ano seguido, vai jogar em Ibirama.
E o Blumenau, agora sem Indaial, pode até não disputar a segundona.
Na melhor das hipóteses vai fechar parceria com algum time.

O prazo para a confirmação da cidade/sede para a disputa da Série B (que começa em 26 de maio e termina em 25 de agosto) ganhou nova prorrogação.
Passou para terça-feira (12).
Porém, nessa altura do campeonato, a data e a audiência pública não servem para mais nada.
Pelo menos, agora.
Que era o que importava.

Vamos para mais uma temporada de chacotas, retrocessos e prejuízos.

“The Dream Is Over”.

Emerson Luis é jornalista. Completou sua graduação em 2009 no Ibes/Sociesc. Trabalha com comunicação desde 1990 quando começou na função de setorista na Rádio Unisul – atual CBN. Também atua como apresentador, repórter, produtor e editor no quadro de esportes do Balanço Geral da NDTV Blumenau. Além de boleiro na Patota 5ª Tentativa.


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