Emerson Luis. Esporte: O ceticismo e a realidade

A possibilidade da volta dos jogos no Sesi foi o tema das duas últimas publicações aqui na coluna.

Havia escrito, ano passado, que só voltaria a destacar o assunto se houvesse algo concreto.

De fato existe.

Ou melhor, existiu.

Complexo Esportivo do Sesi. Foto: Internet

Só que não foi uma semana de notícias animadoras.

Predominou um silêncio angustiante e preocupante dos dirigentes dos dois clubes.

Sem contar que ninguém foi chamado para fazer a manutenção do estádio (essa era a tendência pela aproximação da data limite).

Comecei a suspeitar que o pior estava por vir.

Torcidas vivem a expectativa da volta dos jogos ao Sesi. Foto: Internet

O mutismo foi “abafado” por uma audiência pública na Câmara de Vereadores.

Para discutir o cenário atual do Complexo Esportivo Bernardo Werner.

Dando a entender, por meio de um áudio do autor da proposta, que andou circulando por esses dias, que o encontro, com a presença em massa de torcedores, seria vital para pressionar os dirigentes da Fiesc e, consequentemente, liberar o campo.

Encontro será na próxima segunda-feira. Arte: Câmara de Vereadores.

Sempre vou defender, em qualquer circunstância, que é melhor pecar pela ação do que pela omissão.

No entanto, a reunião da próxima segunda-feira (11) soa oportunista.

Ailton de Souza afirmou que vai fazer uma moção de apelo (assinada pelos 15 vereadores) para tentar sensibilizar os empresários.

Entrada do Complexo Esportivo do Sesi. Foto: Internet

Mesmo com o tempo se esvaindo.

Mesmo tendo conhecimento que o sistema S pretende “se livrar” de toda aquela gigante estrutura.

A ideia é vender.

E não arrendar.

BEC e Criciúma na década de 90 no Sesi. Foto: Internet

O que fez, não vamos ser injustos, por muito tempo.

Desde a década de 80 (o estádio foi inaugurado em dezembro de 1978).

Queiram ou não, o Sesi sempre foi parceiro do futebol profissional – e de várias modalidades.

Deixou de ser em 2019.

Cansado, ao longo dessa trajetória, de tomar calote.

De sofrer uma saraivada de criticas por cobrar “caro” o aluguel – R$ 10 mil.

Além, imagino eu, de já ter tomado a decisão de negociar o local.

Piscina do Sesi nos Jogos Escolares da Juventude de 2019. Foto: Gaspar Nóbrega/COB

O município, os políticos, os clubes, os dirigentes, os empresários…

Projeto do Estádio Regional que seria construído no “Aterro da Parada 1”. Foto: Internet

Ninguém teve competência, influência e vontade para construir um estádio.

Um dos muitos projetos de ampliação do Sesi. Foto: A+C Arquitetura

Projetos e maquetes não faltaram.

Projeto de estádio próprio do CA Metropolitano. Foto: Volkmann Arquitetura e Engenharia

A cidade ficou refém do Sesi.

Achando que a parceria seria eterna.

Outra proposta de ampliação que não saiu do papel. Foto: Internet

A posição do presidente Mario Cezar de Aguiar é irredutível.

Torcedores do Metropolitano (do Blumenau, não tenho informação), bombardearam o Instagram do engenheiro.

Pedindo a liberação.

Engenheiro Mario Cezar de Aguiar, presidente da Fiesc. Foto: Internet

A resposta que um deles me repassou, no começo da noite, foi a pá de cal que faltava para enterrar nossas esperanças.

Já era!

O Metropolitano, pelo quinto ano seguido, vai jogar em Ibirama.

E o Blumenau, agora sem Indaial, pode até não disputar a segundona.

Na melhor das hipóteses vai fechar parceria com algum time.

Metropolitano e Blumenau na Série B de 2019 no Sesi. Foto: Internet

O prazo para a confirmação da cidade/sede para a disputa da Série B (que começa em 26 de maio e termina em 25 de agosto) ganhou nova prorrogação.

Passou para terça-feira (12).

Porém, nessa altura do campeonato, a data e a audiência pública não servem para mais nada.

Pelo menos, agora.

Que era o que importava.

Conselho Técnico da Série B ano passado na Federação. Foto: Reprodução/FCF

Vamos para mais uma temporada de chacotas, retrocessos e prejuízos.

Encontro dos dirigentes dos clubes na prefeitura foi animado, mas não há nada oficial. Foto: Internet

“The Dream Is Over”.

Estádio do Sesi ficará mais um ano sem futebol. Foto: Emerson Luis

Emerson Luis é jornalista. Completou sua graduação em 2009 no Ibes/Sociesc. Trabalha com comunicação desde 1990 quando começou na função de setorista na Rádio Unisul – atual CBN. Também atua como apresentador, repórter, produtor e editor no quadro de esportes do Balanço Geral da NDTV Blumenau. Além de boleiro na Patota 5ª Tentativa.  

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