Enquete JP3: Dia Internacional da Mulher – Mulheres de Balneário Camboriú falam sobre o significado e a importância do 8 de março

Nesta sexta-feira (8) é comemorado o Dia Internacional da Mulher, data que lembra a luta por direitos – políticos, profissionais, igualdade de gênero e, sobretudo, um pedido por mais respeito. Em um país onde 30% das mulheres dizem já ter sofrido algum tipo de violência doméstica ou familiar provocada por um homem (dados da pesquisa DataSenado publicada em fevereiro/2024) acende o alerta para a necessidade de mudança urgente, mostrando que a luta está longe de acabar.

Diante desse cenário, o Página 3 fez para diversas moradoras de Balneário Camboriú as mesmas duas perguntas: o que o Dia da Mulher significa para você? E, se pudesse presentear as mulheres com um presente, o que seria? 

Acompanhe as respostas:

Aryanna Samie Kurata Marin, enfermeira, mãe e gestora

(Arquivo Pessoal)

“Para mim representa a luta das mulheres por igualdade, por menos violência, por mais reconhecimento. Comemoramos nossa força, resiliência e nossas conquistas, porque somos assim, extraordinárias. Gostaria de dar como presente coragem e sucesso o resto fica mais fácil corrermos atrás”.

Daniela Bissoli, supervisora comercial do Parque Unipraias

(Arquivo Pessoal)

“Para mim o Dia da Mulher significa um dia de muita reflexão sobre as lutas e conquistas das mulheres, pela igualdade e respeito ao longo da história. O que eu daria para as mulheres de presente? Se eu pudesse, seria saúde mental e física”.

Thaís Rodrigues, fisioterapeuta

(Arquivo Pessoal)

“O Dia da Mulher significa vitória em muitas conquistas nos últimos séculos e também alerta sobre graves situações as quais o gênero sofre (feminicídio, preconceitos). O presente que eu daria à mulher, como sou fisioterapeuta, seria um relaxamento mental e físico através de técnicas de práticas integrativas como ventosas , acupuntura, massagens pois a mulher com o passar do tempo adquiriu mais funções além de cuidador da casa e assumiu isso com total eficácia  e merece um dia de “SPA””.

Cleidiane, Guarda Municipal de Balneário Camboriú

(Arquivo Pessoal)

“Por caminhos tortos, viera a cair num destino de mulher, com a surpresa de nele caber como se o tivesse inventado” (Clarice Lispector). Esse dia celebramos a resiliência, a determinação e a beleza das mulheres ao redor do mundo, uma reflexão sobre a luta e as conquistas principalmente por igualdade e respeito ao longo da história… “O que seria do mundo sem elas, no puro e verdadeiro amor de mãe, na força que supera desafios, na coragem que transforma decisões, na garra que conquista sonhos, na audácia que espanta gerações…”.Se pudesse dar um presente para as mulheres: “Liberdade é pouco, o que desejo ainda não tem nome.” (Clarice Lispector) – um conselho, como escreveu Frida Kahlo: “Onde não puderes amar, não te demores””.

Martha de Queiroz Brundo, advogada, corretora e dona de casa

(Arquivo Pessoal)

“O que é o Dia da Mulher? Para mim, todos os dias é o Dia das Mulheres, né? Meio piegas, mas todos os dias é o Dia das Mulheres. Mas no dia 8 a gente lembra da luta, da resistência. É um dia para parar, um dia de reflexão, um dia para se falar mais e mais ainda de nós mulheres, um dia de olhar para dentro, para si mesma, para o amor próprio. Então, é um dia para ser lembrado, um dia de conquista, como todos os dias, mas é um dia para ser falado mesmo. O Dia das Mulheres somos nós, a grande maioria, que estamos aí todos os dias lutando. E se eu pudesse dar um presente para uma mulher, seria dignidade, a honra. Nós precisamos de honra, reconhecimento, respeito, amor próprio. Nós, mulheres, precisamos ter de volta a nossa dignidade. É uma honraria ser mulher. Eu sou feliz em ser mulher. Se eu tivesse que nascer novamente, eu nasceria mulher. Eu amo ser mulher por tudo que uma mulher carrega. Então, se eu pudesse dar para cada mulher que eu conheço, de todas as classes sociais, de todas as cores, culturas e religiões, eu daria dignidade para essa mulher”.

Taís Baruffi, Comandante da Guarda Municipal de Balneário Camboriú

(Arquivo Pessoal)

 “Uma data para lembrar a importância de reconhecer e valorizar o empenho de mulheres que participam ao longo da história, empenhadas em garantir e manter esse processo de transformação social, tão importante, para seguirmos juntos, homens e mulheres na construção de um futuro mais justo e igualitário. O meu presente seria a minha GRATIDÃO pela contribuição de cada uma na luta em seus respectivos campos de batalhas”.

Cláudia Silvestre da Silva, encarregada da cozinha do Hotel Bella Camboriú

(Arquivo Pessoal)

“O Dia da Mulher para mim significa representatividade – em um dia no qual somos vistas por todos. E se pudesse dar um presente para as mulheres daria tempo, saúde e conhecimento”.

Nil Bernardo, fotógrafa

(Arquivo Pessoal)

 “O Dia da Mulher é uma ocasião para reconhecer a força, resiliência e contribuições das mulheres em todo o mundo. Se eu pudesse dar um presente, seria a oportunidade para cada mulher olhar para si mesma, reconhecer sua própria força interior e abraçar sua autenticidade com confiança e determinação”. 

Isadora Monteiro, maquiadora e influenciadora (@isadoramontteiiro)

(Arquivo Pessoal)

 “O Dia da Mulher significa, em minha opinião, o nosso espaço conquistado no mundo, nosso reconhecimento e importância. Hoje, a mulher está presente em tudo e isso só vem aumentado com cada sonho alcançado. A mulher conquistou o seu tão sonhado respeito com sua competência! Como maquiadora que embeleza as mulheres, eu daria um dia todo para ela, de embelezamento”.

Larissa Lunardi, diretora de marketing

(Arquivo Pessoal)

 “O Dia da Mulher significa para mim união e empoderamento. Um momento de relembrar a importância da energia da mulher em tudo que faz e na sua forma de se comunicar com o mundo. Lutamos há séculos por igualdade e respeito, merecemos celebrar isso com muito amor! Se eu pudesse dar um presente seria incentivar a forma de se conhecerem verdadeiramente e buscarem por autoconhecimento e cura interior”.

Emanuelle Carnevalli, advogada e presidente da OAB de Balneário Camboriú

(Arquivo Pessoal)

 “O Dia da Mulher pode parecer clichê, mas na verdade são todos os dias, mas então por que um dia específico pra se comemorar, não é? Porque precisamos ser relembrados mais efetivamente de tempo em tempos que, por muitas vezes, os nossos direitos foram podados, não tínhamos voz, nem vez, passamos a ter há pouco tempo, mas ainda temos muito a crescer e conquistar. Porque precisamos ser lembrados e lembrar a toda sociedade que por muito tempo fomos vistas como de menos importância, e que se não fosse a luta constante por espaço, ainda estaríamos muito aquém do que merecemos. Meu presente seria a liberdade! Para que cada mulher possa realmente fazer, ser e estar onde quiser!”

Lias Menacho, voluntária

(Arquivo Pessoal)

 “O Dia da Mulher representa a luta por direitos iguais. Apesar de já estarmos no século XXI, muitas mulheres enfrentam dificuldades em ter direitos básicos garantidos. A luta pelo machismo ainda é muito presente no Brasil. Se eu pudesse dar um presente seriam rosas, cosméticos e um bom livro”.

Jessica Better, diretora e consultora de marketing

(Arquivo Pessoal)

 “O Dia das Mulheres nos permite refletir sobre nossas lutas diárias em casa, no trabalho e como mães. Acredito que estamos gradualmente sendo reconhecidas e valorizadas na sociedade, mas ainda enfrentamos desafios importantes, especialmente em ambientes predominantemente masculinos. E, se eu pudesse dar um presente para elas, eu gostaria de dar conhecimento para as mulheres. Infelizmente muitas mulheres vivem com o pensamento do passado, onde a mulher precisa ser submissa ao homem, por exemplo. Ela precisa saber que ela tem voz, independentemente de onde ela estiver tem direitos e ela tem tanto a contribuir com a sociedade por ser uma mulher livre e com sabedoria”.

Dayane Masselai, professora

(Arquivo Pessoal)

 “Dia da Mulher, o que traz isso para a gente… É uma questão histórica, que está diretamente ligada à questão das lutas das mulheres com relação à igualdade de direitos, melhores condições de trabalho e participação ativa na vida da sociedade. As mulheres naquele evento do incêndio (que originou o Dia Internacional da Mulher), elas estavam reivindicando questões relacionadas a baixos salários, a falta dos direitos políticos daquele momento, o trabalho precário. E em 2024, o que a gente pode estar estabelecendo com relação ao dia do incêndio – hoje essas lutas históricas continuam. Claro que dentro de parâmetros diferenciados, mas a gente ainda vive muita discriminação de gênero com relação a nossos locais de trabalho, na questão de mulher receber menos. Estamos vivenciando um período com um alto índice de violência contra as mulheres, inclusive em Balneário Camboriú, com fatos recentes que mostram como a sociedade vem tratando a figura feminina de uma forma violenta e isso me preocupa – de que forma que a gente vai tratar isso e como é necessário que os homens também participem dessa nossa luta, da nossa reivindicação de espaço e respeito na sociedade. E se eu pudesse dar um presente para as mulheres eu daria segurança, para que toda mulher pudesse, dentro da sua casa, do seu trabalho, se sentir sempre segura e não ameaçada por um chefe que pratica assédio, por um marido que tenta praticar violência moral. Eu penso que hoje, em 2024, o que nós mulheres podemos e merecemos seria segurança e respeito”.

Alba Cristina Sobreira Garcia, profissional de Educação Física

(Arquivo Pessoal)

“O Dia da Mulher é todos os dias. É você estar apta a recomeçar, é você ter vitalidade, ter serenidade, ter equilíbrio e poder dar continuidade a todas as suas metas. Se eu pudesse dar um presente para as mulheres, o meu presente seria fazer com que cada mulher resgatasse a sua autoestima, o seu real valor, que ela visse realmente o significado que ela tem, ou seja, que ela colocasse como prioridade, que ela seja a pessoa mais importante da sua vida. Se você for essa pessoa mais importante, tudo vai fluir de uma maneira mais leve”.

Eulina Ladewig da Silveira, escrivã judiciária aposentada e cantora 

(Arquivo Pessoal)

“O Dia da Mulher significa uma data prazerosa que nos deixa feliz. Uma das melhores e mais importantes coisas que Deus criou foi a mulher. É pena que nem todas tenham os predicados que deveriam ter, porque é um ser humano, criado por Deus. É por intermédio das mulheres que o mundo fica povoado, cheio de pessoas queridas, pois sabem educar os filhos para o bem. Mulher tanto pode ser dona de casa, ser esposa fiel e ser uma profissional em qualquer profissão, ela sempre encontra tempo para fazer seus trabalhos. Para mim elas são um pouquinho mais ágeis e carinhosas que os homens, pois ela sabe tratá-los com amor. Fui casada 63 anos quando fiquei viúva, meu marido foi um anjo que caiu do céu, e com 93 anos ele voltou para o céu. Hoje eu tenho a idade do meu marido, e fiz tanta coisa boa e certa na minha vida…sou uma mulher feliz”.

Marisa Zanoni Fernandes, professora doutora em educação,  ex vereadora,  feminista

(Arquivo Pessoal)

“É um dia de reflexão e de luta. É uma data para ampliar os processos de discussão sobre as desigualdades de gênero, sobre as violências que cotidianamente, apesar dos avanços, as mulheres são vítimas.

 Ressignificar os estereótipos e os apelos comerciais do 8 de março, me parece imprescindível, especialmente pela memória das que nos antecederam, das que perderam a vida pelo machismo, pelo sexismo, pelo patriarcado; das que afrontaram o sistema, reivindicaram lugar na ciência, na política, na rua, na literatura, na música, no teatro, no amor, nos direitos reprodutivos, no trabalho, na maternidade….  Por todas que continuam denunciando e anunciando que o papel das mulheres, do feminino no mundo, é fonte de vida, de criatividade e a igualdade de gênero, a única possibilidade de construirmos uma sociedade e uma convivência mais generosa e humana – para homens e mulheres, meninos e meninas. 

Se eu pudesse dar um presente para as mulheres qual seria?

Estrutura social, política e a econômica e cultural, para que estivessem livres para SER MULHER e viver seus sonhos, seus corpos, suas escolhas.

Presente utópico? Sim, mas é isso que me faz caminhar de modo irmanado neste 8 de março”.

Lenita Novaes, psicóloga psicodramatista

(Arquivo Pessoal)

“O Dia Internacional da Mulher, pra mim, representa um DIA para evidenciar, pensar e discutir, a longa e dolorosa  luta da mulher por sua identidade, e consequentemente a liberdade de pensar, agir, escolher, amar.

Eu daria de presente, livros, como ‘Mulheres que correm com os lobos’, de Clarissa Picolle Estes; ‘Segundo Sexo’, de Simone de Beauvoir; ‘Hora da Estrela’, de Clarice Lispector”.

Ligia Spernau, artista

(Arquivo Pessoal)

“Vejo o Dia da Mulher como uma chamada a refletirmos sobre quem somos e nossa importância na história da humanidade ao cumprirmos os propósitos para o qual fomos especialmente criadas.

De presente, gostaria que todas as mulheres recebessem a consciência de como são amadas  pelo Senhor Criador e Salvador  Jesus, o Cristo, aquele que é Justo, Fiel e Verdadeiro. Nele somos completas e comissionadas a realizar grandes coisas”.

Marisa Schmidt Kuehne, professora aposentada, presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer

(Arquivo Pessoal)

“Este dia é um reconhecimento em forma de homenagem pela força, pela luta, pela empatia e pela alegria que só nós mulheres transmitimos…tanto pela luta do passado como pela caminhada do presente. Mulher é estar onde se sente bem, pode ser no seu lar, como esposa, mãe, avó e como no seu trabalho e no seu voluntariado.

Hoje me sinto mais mulher ainda estando à frente  de uma entidade (RFCC) voltada ao atendimento e acolhimento da mulher, é gratificante, harmonioso e temos que festejar esse dia sim. Que todas tenhamos um 8 de março feliz! O presente que eu daria hoje para as mulheres seria um carinhoso abraço em forma de gratidão pela diferença que todas fazem na sociedade. Unidas fazemos o bem”.

Olga Ferreira, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro, Bares, Restaurantes Sechobar

(Arquivo Pessoal)

“Significa que estamos há 167 anos evoluindo a passos de tartaruga. Em 8 de Março de 1857 quando mulheres de uma fábrica fizeram uma greve reivindicando melhores condições de trabalho e redução da jornada de trabalho, 130 artesãs foram encurraladas e queimadas nessa fábrica. Até hoje ainda estamos com a mesma pauta de reivindicações: Redução da Jornada de Trabalho; Equiparação Salarial e Dignidade no ambiente de Trabalho. 

A evolução é lenta pelo simples fato de sermos governados por homens na sua grande maioria. A falta de políticas públicas direcionando nossas pautas. Nós mulheres culturalmente “deixamos” o machismo e a discriminação imperarem por falta de sororidade e empatia. 

O presente que eu daria? Coragem!”

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