Fotógrafa santista faz parte da produção do filme “Nosso Sonho”

Angélica durante as gravações ao lado dos atores Juan Paiva e Lucas PenteadoArquivo pessoal

A história de amizade que virou sucesso nacional entre os cantores Claudinho e Buchecha foi eternizada com o filme “Nosso Sonho”. A fotógrafa santista Angélica Goudinho, que fez parte da produção do longa-metragem registrando os bastidores e as fotografias de cena (chamadas de fotografia still), também perdeu a melhor amiga após um acidente.

Os funkeiros cariocas mais famosos do Brasil tiveram o auge da carreira nos anos 1990/2000, quando Angélica ainda era criança. “Marcou a minha geração, fez parte da nossa história e ainda hoje eles estão presentes de alguma maneira. Poder participar da produção do filme é muito forte porque é uma expressão artística que vai se perpetuar por muitos e muitos anos”, conta a santista em entrevista ao iG Santos.

O longa retrata a vida dos amigos Claudinho e Buchecha, interpretados por Lucas Penteado e Juan Paiva respectivamente, passando pelo início nos bailes funks, sucesso nacional e morte de Claudinho – que faleceu em um acidente de carro em julho de 2002.

A história pessoal de Angélica e da melhor amiga Ana Carolina Cópia Teixeira, muito semelhante à vivida pela dupla carioca devido a cumplicidade das santistas e a trágica partida da jovem, deixou a participação no filme ainda mais emocionante.

“Eu perdi minha melhor amiga em 2012 em um acidente e isso impactou muito durante as gravações, pois me identifiquei com o Buchecha que também passou por isso com a morte de Claudinho”, relembra.

Ana Carolina Cópia Teixeira foi atropelada, em Santos, no final de setembro e faleceu no dia 1º de outubro. O caso teve muita repercussão na cidade, pois o motorista fugiu sem prestar socorro e a jovem bateu recorde de doações de sangue na época em que ficou internada.

No Rio de Janeiro desde dezembro de 2016, Angélica já fez diversas diárias em outros filmes/séries, mas o “Nosso Sonho” foi o primeiro longa que ela participou do começo ao fim. Os sets foram montados em Niterói e no Rio de Janeiro, com duração total das gravações de seis semanas.

“Eu fiz todas as fotos de bastidores que foram usadas na divulgação para imprensa e também para as redes de cinema, e as fotos de cenas relevantes para o filme, sempre acompanhando de perto os registros do diretor de fotografia João Atala”, conta.

A santista afirma que o clima de amizade entre todos ajudou na atuação dos atores. “O filme em si é muito emocionante e a cumplicidade deles (Claudinho e Buchecha) era impactante, pois muita gente acha que eles eram irmãos devido a sintonia. Os atores, Lucas Penteado e Juan Paiva, têm uma conexão muito grande e conseguiram passar essa parceria para as telas”.

A fotógrafa falou ainda dos aspectos que a produção retrata. “Além da linda história de amizade, o filme é importante porque conta as dificuldades que eles passaram até chegar ao topo e também destaca questões sociais. É um viés social muito forte e por meio da minha fotografia eu pude expressar essa importância”, afirma.

Entre as cenas preferidas estavam as gravadas reproduzindo bailes funk. “Eu não cheguei a ir em bailes, pois era criança na época do sucesso da dupla, mas a produção acertou em cada detalhe e me pareceu muito real”, relembra Angélica.

Já a que foi mais marcante mistura a complexidade da cena e a emoção da descoberta da morte de Claudinho. “A cena mais difícil foi a do acidente, pois tinha muita chuva cenográfica e era um balé o que tínhamos que fazer para gravar, pois não dava para errar. E tinha uma carga emocional muito grande que é quando Buchecha, vivido por Juan Paiva, encontra o carro batido”, finaliza.

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