Homem que matou ex-companheira por não se conformar com fim da relação é condenado a 24 anos de prisão

Homem que matou ex-companheira por não se conformar com fim da relação é condenado a 24 anos de prisão

As denúncias contra
autores de feminicídios costumam ter um elemento comum: o sentimento de posse.
Esses réus tiraram vidas, destruíram sonhos e despedaçaram famílias por não se
conformarem com o fim dos relacionamentos ou por não aceitarem que as vítimas
conhecessem outras pessoas. O enredo se repetiu em 5 de abril de 2022 em um
bairro de Fraiburgo. Naquela madrugada, um homem de 46 anos matou a
ex-companheira, um ano mais velha, com 24 facadas e fugiu para o mato, mas
acabou localizado e preso.

Mais de dois anos depois,
ele foi julgado com base na denúncia do Ministério Público de Santa Catarina
(MPSC). A sessão do Tribunal do Júri aconteceu na última sexta-feira (12/7), no
fórum da comarca, com a presença dos quatro filhos da vítima. O Promotor de
Justiça André Ghiggi Caetano da Silva conduziu a acusação, apresentando as
provas coletadas pelos órgãos de investigação e combatendo a tentativa da
defesa de justificar o crime e minimizar seus efeitos.

Os jurados acolheram
integralmente as teses do MPSC e condenaram o réu por homicídio triplamente
qualificado. As três qualificadoras foram o feminicídio, pois o crime foi
cometido contra uma mulher em um contexto de violência doméstica e familiar; o
motivo fútil, afinal o homem agiu simplesmente por não se conformar com o fim
da relação; e o meio cruel, pois as facadas causaram lesões em várias partes do
corpo da vítima. A pena foi fixada em 27 anos de reclusão em regime inicial
fechado – o período em que ele já ficou preso é descontado automaticamente no
cálculo final.

O autor do crime não
poderá recorrer em liberdade e retornou ao presídio para o cumprimento da
sentença assim que o julgamento terminou. Ele já foi condenado em outros
processos por furto, roubo, perturbação do sossego alheio e porte ilegal de
arma.

Os filhos da vítima se
emocionaram ao ouvir a sentença e abraçaram o Promotor de Justiça. “Eles
nunca mais verão a mãe, mas a partir de agora poderão dormir com a sensação de
que a justiça foi feita e o assassino não ficará impune. A Comarca de Fraiburgo
mostrou mais uma vez que não tolera o crime”, disse o representante do
MPSC, André Ghiggi Caetano da Silva.

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