Telessaúde UFSC realiza capacitação em Teledermatologia com profissionais de saúde indígena em Manaus

Professora Josimari Telino orientando sobre os protocolos para realização de exames. Foto: Divulgação/Telessaúde/UFSC

O Núcleo de Telessaúde da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) participou da capacitação organizada pelo Ministério da Saúde com profissionais do Distrito Sanitário Especial Indígena de Manaus – DSEI-MAO. Realizada no dia 3 de junho, a atividade promovia a inclusão digital e a melhoria da assistência à saúde das populações indígenas através de atendimentos mais eficientes e acessíveis. A coordenadora do serviço de Oferta Nacional de Teledermatologia do Telessaúde UFSC, professora Josimari Telino de Lacerda, foi responsável pelo treinamento de 32 profissionais de saúde indígena, que receberam orientações para realizar exames e utilizar a plataforma on-line (STT-UFSC), onde deverão encaminhar os registros fotográficos das lesões para avaliação do dermatologista à distância.

Através da internet, o médico especialista vai acessar os exames de imagem feitos nas unidades de atendimento locais e emitir laudos, que indicarão o grau de risco e as possibilidades de manejo dos casos. Este processo permitirá agilidade no diagnóstico de situações mais graves e evitará deslocamentos desnecessários dos casos sem gravidade. “A capacitação sobre a solicitação e o registro fotográfico ofertada para o Telediagnóstico em dermatologia visa auxiliar os profissionais no acesso ao sistema garantindo agilidade nos processos e cumprimento dos protocolos”, explica Josimari. “É importante entender que o acesso aos serviços de saúde, em particular aos especialistas, é um desafio na região Norte do país. Para a população indígena esse desafio é ainda maior, uma vez que o acesso ao local de moradia dessa população é extremamente difícil.”

O DSEI-MAO abrange uma área de mais de 303 mil km², e é o segundo maior território indígena entre os 34 DSEIs existentes no Brasil. É responsável por 268 aldeias e enfrenta desafios para garantir o acesso da população indígena aos serviços de saúde em sua integralidade, devido à extensão e às características geográficas da região. 

Encontro com profissionais do DSEI-MAO. Foto: Divulgação/Telessaúde/UFSC

O Ministério da Saúde, através da Secretaria de Informação e Saúde Digital (Seidigi) em parceria com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), distribuiu kits de telessaúde que permitem telediagnósticos em dermatologia, oftalmologia e eletrocardiograma. Tais serviços auxiliam no correto encaminhamento dos pacientes às especialidades. Na teledermatologia, os médicos especialistas também orientam os profissionais de saúde da Atenção Primária sobre a conduta clínica e manejo quando o quadro não requer atendimento especializado, o que possibilita o tratamento adequado nas Unidade Básicas de Saúde ou nas aldeias. “A ideia é oferecer atendimento na base e diminuir a necessidade de deslocamentos das pessoas, o que melhora significativamente o cuidado nas aldeias e salva vidas”, explicou o coordenador do DSEI-MAO, André Corrêa Mura. 

A capacitação ocorrida em Manaus faz parte de um conjunto de ações de formação que o Telessaúde UFSC tem realizado, em um esforço coordenado pela Seidigi e Sesai, para implantar e qualificar o serviço de teledermatologia junto aos DSEI. Em março, o Núcleo Telessaúde UFSC já havia realizado três capacitações à distância voltadas para profissionais de saúde do Distrito Sanitário Especial Indígena Kaiapó do Mato Grosso (MT). Mais três capacitações à distância estão programadas para serem realizadas ao longo de junho, nos DSEI Araguaia, Xavante e Xingu, todos no Mato Grosso. Outras capacitações estão programadas para o segundo semestre, com a inclusão de DSEIs de outros estados. 

A Teledermatologia é um serviço de saúde digital desenvolvido e ofertado pelo Telessaúde UFSC desde 2012, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, com protocolos que permitem a execução de forma segura de todas as etapas desta modalidade de telediagnóstico. A partir de 2018, por conta do pioneirismo na área, o Ministério da Saúde destacou o Telessaúde UFSC como referência nacional na oferta do serviço. Desde então, além de Santa Catarina, outros 13 estados implementaram a Teledermatologia. 

Mais informações na página do Telessaúde UFSC ou pelo e-mail [email protected]

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